A força do cristão está no Senhor, não nele mesmo. A força do comandante de um exército terreno está em suas tropas, mas a do cristão, a de todos os exércitos dos santos, está no Senhor Jesus. As armas do cristão são a Palavra de Deus e a oração numa vida verdadeiramente santa, mas quem deve manejá-las em nós e por nós é o Espírito Santo.
Sem isto nada podemos fazer contra as forças do mal, porque toda a nossa capacidade vem de Deus.
É a graça derramada por Deus que nos põe em ação, fortalecendo-nos para resistir ao diabo e obrigá-lo a fugir de nós.
Quão grande alegria enche o nosso coração ao ver o Inimigo sendo subjugado pelo poder de Deus, e sendo trazidas à plena liberdade e paz as almas que ele mantinha cativas. Seja pois a nossa oração: “Dá-nos mais graça Senhor!”.
Pois é somente da Sua graça que necessitamos para vencer as forças do mal.
Somente a graça pode fortalecer o coração abatido e oprimido pelos ataques constantes dos espíritos das trevas – ataques que são enganosos, sutis, disfarçados, como pequenas doses de veneno diárias e imperceptíveis que vão minando as nossas forças paulatinamente e que por fim podem nos matar.
Mas graças a Deus que revela aos Seus filhos, em tempo oportuno, estes ardis do Inimigo, e lhes supre com a força necessária para se livrarem destes laços de morte e angústias do inferno.
A nossa guerra contra as força do mal possui muitas batalhas que cessam somente na nossa partida para a glória celestial.
Importa portanto estarmos vigilantes e revestidos de toda a armadura de Deus em todo o tempo, e não sermos descuidados sequer nos momentos de vitória; quando poderíamos ser vencidos por causa de uma exultação desmedida em nossa comemoração e alegria, que facilmente podem nos levar a ser presunçosos como que houvesse alguma razão para nos gloriarmos em nós mesmos, e não somente no Senhor, a quem de fato pertence todo o mérito da vitória.
Somos fracos em nossa própria natureza, e lutamos com inimigos muito mais fortes do que nós, que usam de todo expediente sujo e ilícito para nos intimidar e vencer. Dependemos portanto de um poder sobrenatural e celestial que venha em nosso auxílio.
Nossos melhores argumentos e habilidades não são apropriados para vencer as artimanhas de Satanás. Os instrumentos que são usados por ele contra a verdade do testemunho do evangelho que sustentamos não se deixarão persuadir por tais argumentos persuasivos, ainda que sejam verdadeiros e apresentados com espírito de mansidão e amor.
Ai de nós, se Deus não agir suprindo-nos das armais espirituais que são as únicas que podem desfazer com autoridade suprema todos os ardis e armadilhas do Inimigo. Graças a Deus pelo Seu dom inefável que nos permite caminhar em triunfo enquanto assediados constantemente por todas as formas de investidas de Satanás.
Toda a glória e todo o louvor pertencem ao Senhor Jesus Cristo porque até mesmo a nossa capacidade para vigiar nos vem dEle. De nós mesmos somos insuficientes para qualquer bom propósito espiritual, especialmente no que se refere a sairmos vitoriosos neste combate contra Satanás e os seus demônios.
É a graça do Senhor que nos conduz ao arrependimento e a termos um espírito manso e quebrantado.
É a graça que nos faz caminhar humildemente com o nosso Deus.
Conhecimento, sabedoria, domínio próprio e tudo quanto necessitamos para permanecer inabaláveis e em paz, ainda que em meio às aflições, tentações e tribulações que nos sobrevêm em nossa caminhada cristã, também são o fruto da graça de Deus nos nossos corações.
É a alegria do Senhor operando em nossos corações, quando perseveramos num caminhar em fidelidade perante Ele, que é a fonte da nossa força espiritual. Isto não se encontra naturalmente em nós.
Para sermos fortalecidos pelo Senhor, necessitamos então estar permanentemente ligados à fonte da qual esta força procede, a saber, dEle mesmo. E esta constância e permanência em fidelidade deve ser achada em nós em todas e qualquer circunstância.
Este era o segredo da força do apóstolo Paulo na sua fraqueza.
Podemos ser fortes no Senhor nas horas de aflição ou de alegria, porque a Sua graça nos assiste na hora da tristeza e da fraqueza até que nos seja provido o livramento da tribulação, segundo o tempo determinado pela vontade de Deus.