Qual é o fundamento da segurança e certeza que qualquer pessoa pode ter de que está salva e de que irá para o céu, ainda que se converta de fato a Cristo no último dia de sua vida, e por pior que tenha sido o seu procedimento até então, conforme se deu no caso do ladrão que morreu na cruz ao lado de Jesus?
Aquele ladrão não teve tempo para fazer qualquer boa obra ou de obter qualquer tipo de mérito diante de Deus, e ainda assim recebeu a promessa de que ainda naquele dia estaria em espírito com o Senhor no paraíso, e para sempre.
De onde decorre a salvação da nossa alma com o perdão total dos nossos pecados? Como somos livrados da maldição da lei?
O ladrão na cruz exemplifica que não é pelo grande grau de santificação progressiva que obtemos em nossa jornada terrena que alcançamos a salvação e o céu.
Onde achamos as respostas para estas perguntas?
Somente na Bíblia.
Deus declarou expressamente o moo da nossa salvação em Sua Palavra, em expressões diretas e até mesmo em tipos e figuras como as que encontramos no Velho Testamento e nas parábolas de Jesus.
Em Isaías 53.11 há uma afirmação muito direta sobre o modo da salvação:
“Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; pelo seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.”
Aqui se afirma que é pelo simples conhecimento pessoal de Jesus que muitos são justificados por Deus para serem salvos para sempre, porque Jesus carregou as iniquidades deles sobre si.
Veja que em outras passagens bíblicas é dito que este conhecimento de Jesus é alcançado somente por graça e mediante a fé.
E em outras passagens é explicado o modo dessa justificação pela qual somos salvos, como por exemplo em Romanos 4, na qual se diz que ela não é uma ação, mas uma declaração da parte de Deus de isenção de culpa em relação aos que se convertem a Jesus, quando ainda eram ímpios.
“Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.
Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.
Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.
Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:
Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos pecados são cobertos.
Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.” (Rom 4.2-8)
Este perdão instantâneo e esquecimento total de nossos pecados foi prometido através do profeta Jeremias como sendo o resultado da Nova Aliança que Deus faria com os que creem em Jesus.
“Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá.
Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.
Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.” (Jeremias 31.31-34)
Agora, a base para este perdão e esquecimento de pecados está relacionada ao fato de que Jesus se fez maldição no nosso lugar, ao morrer na cruz, para que pudéssemos ser livrados da maldição e da condenação da lei.
“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;
Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito.” (Gálatas 3.13,14)
Daí se dizer que o justo viverá pela fé, porque é pela fé que o pecador é justificado para alcançar a vida eterna.
“E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.” (Gálatas 3.11)
A justificação é instantânea como ato declarativo de Deus em relação a nós, isentando-nos de toda a culpa, e ao mesmo tempo em que somos justificados somos também regenerados pelo Espírito Santo (novo nascimento), pelo qual ganhamos uma grande parte daquela santificação total que teremos no céu. De maneira que o novo nascimento é também instantâneo, e isto ocorreu com o ladrão na cruz no momento mesmo em que creu em Cristo – ele foi justificado e regenerado – que é a condição única e necessária para sermos tornados filhos de Deus para sempre, e sermos achados dignos de ir para o céu depois da nossa morte.