Nosso Senhor Jesus Cristo diz que devemos ser perfeitos assim como Deus é perfeito.
A perfeição das nossas graças (fruto do Espírito) não é descoberta até que seja colocada em muitas e grandes provações. Como a habilidade de um piloto é discernida numa tempestade, de igual forma a maturidade de um cristão, em muitas e grandes tribulações.
Assim, o exercício da graça não deve ser interrompido até que esta seja plena e perfeita, até que cheguemos à condição de a paciência ter a sua obra perfeita (teleyon no original grego – completo, perfeito). A paciência que nos mantém firmes na fé, deve durar até que a ação da providência divina tenha concluído em nós o seu trabalho, para o propósito de Deus estabelecido para o nosso aperfeiçoamento e confirmação.
Quem lança mão do arado e olha para trás não está apto para o reino de Deus (Lucas 9.62). São palavras do próprio Cristo, se referindo a este trabalho da paciência, ou seja da nossa constância e perseverança na carreira cristã.
Assim deve ser entendida, portanto, a necessidade de sermos aperfeiçoados na paciência que é provada pelas tribulações, quando Ele diz que aquele que perseverar até o fim é que será salvo. Ou seja, é demandado e deve ser visto como evidência da salvação, este caráter de perseverar na fé até a plena maturidade em Cristo, ou pelo menos de se permanecer tentando atingir este alvo, porque o Senhor leva em conta a nossa sinceridade como sendo a ação concluída, segundo a misericórdia e graça do evangelho.
Um cristão autêntico perseguirá este alvo e não se permitirá ser desviado para sempre por causa de tribulações que venha a experimentar neste mundo. Ele buscará este alvo citado em Tiago 1.4, de ter a perseverança a sua obra completa, para que seja perfeito e íntegro, e nada lhe falte com referência às graça que recebeu pela fé e que deve crescer até a estatura de varão perfeito.
Isto inclui um ódio constante ao pecado, e vigilância constante no Espírito contra os ataques recebidos da carne, do mundo e do diabo, para serem rechaçados por meio de uma plena sujeição à vontade e ao poder de Deus.
É o aperfeiçoamento na perseverança que conduz à constância da forme e sede de justiça, porque o cristão nunca estará contente com a medida de graça que possui, e sempre estará buscando por mais graça em Jesus Cristo.
“Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus.” (2 Tim 2.1)
“antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.” (2 Pe 3.18)
Os cristãos devem ser aperfeiçoados em todos os pontos da vida cristã. Assim devem ser aperfeiçoados na fé, na paciência, no amor, zelo, na misericórdia, na longanimidade e em tudo o mais que está em Cristo.
Por isso devem buscar crescerem na graça e no conhecimento de Jesus, porque quando não se alcança este aperfeiçoamento, é provável que apostatem da fé, especialmente em face das provações.
Assim, a única alternativa para a vida cristã é a de seguir em frente, em progresso espiritual em santificação, e se empenhando nisto toda a diligência. É nisto que consiste o esforço para se tomar posse do reino de Deus.