Em razão da natureza do pecado, este assediará o cristão até o dia da sua morte, e deste modo não poderia haver um plano de salvação que exigisse perfeição total em santidade neste mundo, sem que se praticasse mais o mínimo pecado.
E assim fica comprovada quão grande foi a misericórdia de Deus para conosco em Cristo Jesus, porque está salvando não pessoas perfeitas, mas pecadores, e como Ele detesta o pecado, e como isto permanece verdadeiro, comprova-se então que o amor cobre multidão de pecados, e podemos entender quão grande é o amor de Deus pelos Seus filhos, porque os ama, apesar de terem essa nódoa terrível na constituição pessoal deles, que é o pecado.
Em resumo, o Senhor nos une a Ele não porque estamos perfeitos, mas porque no próprio modo dele e a seu tempo Ele pode nos fazer assim; e não porque nós estamos completamente limpos, pois necessitamos sempre lavar os pés, mas porque ele pode nos limpar com o Seu sangue.
Então o que Ele contemplará não será o nível da nossa santificação para que possamos nos aproximar dEle, mas a sinceridade do nosso coração em permitir o Seu trabalho de purificação e por almejarmos ser assim purificados.
E nisto nós podemos comprovar a grande diferença que há entre uma santidade evangélica, e uma vida de virtude moral produzida pelo próprio esforço humano.
“ Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta,
Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.
Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.” (Hb 12.1-3).