Vamos descobrindo culturas, conforme os filmes saem em cartaz. E alguns fatos de culturas distantes e desconhecidas nos marcam. Nos últimos meses, talvez até anos, tenho acompanhado alguns filmes retratando a vida aborígene, que tem um mesmo fato interessante sobre a morte.
A morte para eles tem um conceito tão elevado que, após a morte de seus entes e conhecidos eles já não mais pronunciam o nome desses mortos. Fiquei meditando comigo mesmo e vi que o cristianismo é totalmente diferente dessa cultura. Nós falamos a todo momento o nome dos mortos.
Mas porque os falamos? Porque lembramos do famoso Rei Davi e de seu filho, o Rei Salomão? Porque comentamos Paulo como se estivesse em uma missão no bairro ao lado? Porque falamos de Pedro, o apóstolo ousado, como se fosse um amigo de infância? Hoje, ao meditar sobre a morte, tive esses pensamentos. E, na minha busca do compreender, lendo a Palavra, encontrei um questionamento que me levou a uma resposta.
Vemos, na história de Jó, que ele tinha todos os motivos racionais para questionar a sua existência. Ele, homem reto e íntegro, aclamado pelo próprio Senhor como tal, perdeu todos os bens, toda a família, todas as posses e a própria saúde. E, quando questionado sobre sua fé, integridade e esperança, respondeu dessa maneira:
Por que prolongar a vida, se o meu fim é certo? Jó 6.11
É uma pergunta que muitos de nós fazemos. De que adianta viver se a vida passará? De que adianta viver se o destino de todos é a morte? De que adianta ter a vida prolongada se é feita de enfado e sofrimento?
Estou aprendendo a viver, como cada um de nós, mas posso responder algo pela Palavra: a pergunta de Jó já responde seu próprio questionamento. Porque nossa vida é prolongada, se nosso fim é certo? É justamente porque nosso fim é certo que nossa vida é prolongada. Deus, assim como na vida de Jó, tem um plano para cada um de nós. Na vida de Jó o sofrimento veio para lhe ensinar a soberania e grandiosidade de Deus, na nossa vida, talvez o que Deus quer ensinar-nos seja diferente de Jó, mas Deus tem um plano.
Deus tem um plano que é de vida, de bem e salvação. Em Jeremias diz que seus pensamentos, os pensamentos do próprio Deus, são de paz e não de mal, em Romanos diz que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Segundo a vontade de Deus, seu final é de vida, de bem, por isso sua vida é prolongada, para apreender uma lição eterna e que para, segundo o resultado dessa lição, você escolha a vida eterna e nela vivencia a maravilhosa lição de Deus, pela eternidade.
Você pode questionar agora o porquê questionei o falar ou não o nome dos mortos.
É porque essa esperança de vida eterna que nos move. Por sabermos que nossas vidas são prolongadas com um propósito e por nos lembrarmos que nossas vidas serão eternas se estivermos com Cristo. Como Jesus disse:
E que os mortos hão de ressuscitar, Moisés o indicou no trecho referente à sarça, quando chama ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem. Lc 7.37-38
Deus nos prolonga a vida, porque nosso fim é certo: é de vida. Por isso falamos o nome dos mortos, porque eles vivem.
Que Deus o abençoe!