Com a chamada parábola do credor incompassivo Jesus ensinou que Ele perdoa dívidas, ainda que sejam de dez mil talentos, e que não seremos abençoados por Deus, e na verdade seremos sujeitados ao juízo de sermos corrigidos e disciplinados até que nos disponhamos a ser longânimos e perdoadores, ainda que a dívida que tenhamos que perdoar de alguém seja pequena como a do homem da parábola, que mandou prender quem lhe devia apenas cem denários (18.23-35).
Veja que não se fala de perdão barato na Bíblia, apesar de ser sempre pela graça, porque sempre está implícita a necessidade de arrependimento do ofensor. Na falta deste arrependimento não há qualquer sentido no perdão.
Jesus pagou por nós a nossa dívida de dez mil talentos, e é por isso que somos isentados por Deus de pagá-la, se temos crido em Seu Filho como sendo o nosso fiel Fiador.
Assim como fomos perdoados tão extensamente, se exige de nós, em nossa própria esfera limitada, perdoar as pequenas dívidas e ofensas que alguns dos nossos semelhantes têm para conosco.
Deus em Sua perfeita majestade e santidade é ofendido por todos e por muitas vezes, e ainda assim sempre se mostra perdoador e misericordioso para com todos os que se arrependem.
Assim, a sua esfera para o perdão não é limitada como a nossa, ao contrário, é de dimensão infinita. Todavia, se mostra sempre favorável ao exercício do perdão. Na condição de que sejamos seus imitadores, se requer de nós que o sejamos sobretudo nesta parte, pois se refere à proposta principal do evangelho que está relacionada ao perdão dos pecadores para a sua reconciliação com Deus. Assim, como poderíamos anunciar o evangelho sem uma completa disposição para perdoarmos os nossos ofensores?
Pr Silvio Dutra