“Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona. Era levado um homem, coxo de nascença, o qual punham diariamente à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. Vendo ele a Pedro e João que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem uma esmola. Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós. Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa. Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente os seus pése artelhos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus. Viu-o todo o povo a andar e a louvar a Deus. Atos 3:1-9
Pedro e João estavam indo para a “igreja”, o “culto” ia começar às 15 horas e já na “porta” um “problema” para resolver. Um problema daqueles que a gente acha que resolve dando uma “moedinha”, foi daquelas situações que normalmente a gente se “apressa” e “despacha” para não perder o “compromisso”.
Numa época em que as pessoas estão “desistindo” da igreja, Pedro e João nos ensinam a ser igreja. Enquanto muitos de nós vamos e voltamos da igreja do mesmo “jeitinho”, Pedro e João incidem sobre nós, como a luz que precisamos ser para podermos nos identificar com a “Igreja de Jesus”.
Podemos cultuar à Deus dentro de casa e na Igreja, assim como, podemos ser úteis no intervalo do percurso entre a Casa e a Igreja. O Evangelho que os apóstolos pregaram incluía: a casa, o percurso até a Igreja e a Igreja. A atitude dos apóstolos mostra-nos como eles viviam o conceito de igreja.
Não é “desigrejando-nos” e nem apenas “igrejando-nos” que nos tornamos a igreja que é a Noiva do Cordeiro, mas é possuindo o mesmo calibre da atitude que tiveram Pedro e João conforme passagem supracitada. Eles foram ao Templo juntos, mostrando a comunhão que deve haver entre os irmãos, apesar de sermos diferentes, de sermos usados de maneiras diferentes, a nossa fé deve gravitar em torno da mesma essência: O Evangelho.
Tem gente que vai a um café, toma um café e vai embora, existem aqueles que entram bebem e saem sem pagar, ainda aqueles que arranjam confusão por causa de um simples café, todavia existem aqueles que entram tomam um café e ainda estão abertos a fazerem novas amizades, esses sempre voltam. Comparando o incomparável, a igreja é um lugar de entrada e saída de pessoas que nem sempre compreendem a grande oportunidade que está por trás do ato de congregar: podemos nos tornar novas criaturas, podemos conhecer e trocar experiências com outras pessoas, podemos conhecer mais sobre a Bíblia, podemos estar juntos com a nossa família em torno de valores estimadíssimos da sociedade, assim como podemos entrar e sair sem nem mesmo termos tomado um café rsrs, arranjar confusão com pessoas (está entre as mais votadas) e desperdiçarmos assim oportunidades revolucionárias para nossa vida. Quem entra e sai do mesmo jeito, vive “coxo”, com uma caminhada incerta, ora bem, ora mal. Quem congrega e adora a Jesus tem uma caminhada de vida firme e dinâmica.
Podemos estar na igreja por vários motivos, mas existe um motivo especial pelo qual devamos estar juntos: A hora nona. Essa foi a hora em que Jesus morreu na cruz do calvário, essa foi a hora do seu sacrifício, essa foi a hora que Ele morreu para nos salvar, portanto, é principalmente e imprescindívelmente “nesta hora” que devemos estar juntos. Podemos discordar em muitas coisas, podemos ser diferentes em liturgia de culto, usos e costumes mas não podemos negar que “Ele morreu às 15:00”. A manifestação do Poder de Deus vem quando essa é a base da nossa fé, esse foi sem dúvida o motivo pelo qual Deus obrou tantos milagres por intermédio dos apóstolos.
Qual seria a reação das pessoas se disséssemos: Olha para nós! Pra já, dizer “nós”, é vencer as diferenças mostrando que temos propósitos que são mais excelentes; dizermos “olha” é dar a cara para verem a Luz que brilha no nosso rosto, é declarar o que Ele fez por nós.
Os apóstolos viram naquele coxo uma grande oportunidade de ser igreja, sem desprezar a existência da igreja, tanto é que o coxo assim que fora curado, saltando entrou na igreja. Ele não apenas “pulou”. A Palavra diz-nos que Ele entrou no templo “saltando”. Pular e Saltar são duas coisas distintas. Pular é sair do chão e voltar para o mesmo lugar, já saltar, é sair de um ponto e ir para outro. Se for apenas para pular podemos pular no circo, na rua, até mesmo dentro de casa. Se for apenas para termos uma emoção não precisamos ser igreja. Não queremos dar e nem ganhar uma simples “esmola”. Você já viu alguém se tornar bem sucedido através de esmolas? Precisamos receber Jesus que entregou-se por inteiro, e não apenas o que sobrava. A generosidade de Deus foi entregar Jesus para morrer por nós por inteiro, Ele deu aquilo que lhe fazia “falta” Seu único filho! Ninguém que se renda a esse gesto de amor chamado sacrifício de Jesus, dá só “um pulo”, antes salta da vida para morte. Quem só pula, sai da igreja decepcionado, quem salta entra no templo e adora a Deus.
Saltar é sair de uma velha vida marcada pelo pecado, e partir para uma nova vida com Jesus. É desistir de uma vida parada e começar a caminhar em direção ao Eterno. É deixar de viver à porta do templo e entrando, passar a ter intimidade com Ele. Saltar é ir lá no alto, enxergar com uma nova perspectiva e ao descer trazer boas notícias.
Saltando e Adorando no Templo
Andre Luiz