O primeiro deles é que por meio dela fomos resgatados da maldição da Lei, que afirma que é maldito de Deus todo aquele que não cumpre perfeitamente todos os seus mandamentos, e por conseguinte, somos livrados também da ira de Deus contra o pecado.
Enquanto o homem não é justificado, Deus permanece em guerra com ele. Mas uma vez justificado, a guerra termina, porque é reconciliado com Deus por meio de Jesus, de maneira que se diz que agora desfruta de paz com Ele, em vez de se encontrar sujeito à Sua ira que se manifestaria certamente no dia do juízo, sujeitando-o a uma condenação eterna.
Por meio da justificação o cristão passa a participar da graça do evangelho, na qual ele estará firmemente seguro por causa da obra perfeita de redenção que foi feita em seu favor por Jesus.
Isto significa que ainda que ele venha a decair da graça, pela prática de pecados eventuais, esta queda nunca será numa forma final e definitiva, porque foi transformado em filho de Deus, por meio da justificação.
É a justificação que abre também para nós a esperança firme e segura de que participaremos da glória de Deus, como Paulo afirma em Rom 5.2.
Mas os efeitos da justificação não param por aí, porque uma vez sendo transformados em filhos de Deus, passamos a contar com a assistência da graça, a qual nos fortalece e ampara nas tribulações pelas quais a nossa fé é colocada à prova, para que possa crescer.
De maneira que isto não é para motivo de tristeza, mas para se dar glória a Deus, porque prova que de fato nos tornamos Seus filhos, e que agora estamos sendo aperfeiçoados por Ele através das tribulações, para que aprendamos a perseverança, a experiência e a esperança.
Quando Paulo diz em Rom 5.5 que a esperança não traz confusão porque o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado na justificação, o significado disto é que esta esperança evangélica é de plena e segura certeza do que temos recebido em Cristo, pela testificação do Espírito.
De maneira que quando alguém se converte de fato a Cristo, sendo justificado, tal pessoa não estará mais confusa acerca firmeza eterna da sua união com Deus, porque isto será aprendido através da sua paciência nas tribulações, que por fim lhe confirmarão na experiência e na esperança cristã.
E como Paulo disse nos versos 3 e 4 de Rom 5, esta esperança será fortalecida e aperfeiçoada pelas próprias tribulações, porque veremos o poder operante de Deus em meio a elas, nos conduzindo em triunfo em Cristo, porque a fé verdadeira que salva não pode ser destruída, e não recuará diante das aflições, porque é o próprio Deus quem fortalece aqueles que são agora Seus filhos.
De modo que o apóstolo nos assegura que, como efeito da paciência que podemos ter pelo Espírito, nas tribulações, depois de variadas experiências disto, seremos confirmados na fé, e com esta esperança inabalável da certeza do que temos alcançado em Cristo, quanto à segurança eterna da nossa salvação, toda dúvida e confusão de mente serão eliminadas de nós, pela certeza do amor de Deus por nós e em nós, em toda e qualquer circunstância.
“E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Rom 5.5)
Mas o apóstolo acrescentou argumentos ao que havia falado antes, para demonstrar que de fato a nossa esperança não é algo incerto, mas algo a respeito do qual podemos ter a plena certeza de que jamais será frustrada.
E o grande argumento que Ele apresentou é que quando Cristo morreu por nós, ainda éramos fracos e ímpios.
Não foi por pessoas santas, e perfeitas na fé, que Ele morreu, mas por pecadores fracos e ímpios (não piedosos), como éramos todos nós antes da conversão.
Então se Jesus fez isto quando estávamos nesta condição de fraqueza e impiedade, quanto mais não garantirá a nossa salvação depois de termos sido tornados santificados pela Sua Palavra e pelo Espírito Santo, e fortalecidos pela Sua graça?
Deste modo, Jesus não morreu por justos, mas por injustos.
E se demonstrou o Seu amor por nós quando éramos ainda pecadores que nada ou pouco conheciam e viviam da santidade de Deus, muito mais podemos estar certos então de que não nos deixará e desamparará depois que fomos justificados pelo Seu sangue e adotados como filhos de Deus.
Podemos então ter a certeza da esperança que seremos salvos por Ele da ira vindoura, no Dia do Grande Juízo de Deus.
Outro grande argumento é o de que Deus nos reconciliou consigo mesmo através da morte de Jesus quando éramos Seus inimigos, porque vivíamos transgredindo os Seus mandamentos e indiferentes quanto ao modo como deveríamos andar na Sua presença.
E esta condição de inimizade com Deus, é decorrente da natureza pecaminosa que possuímos.
Portanto, se fomos reconciliados quando éramos inimigos, muito mais permaneceremos reconciliados depois que nos tornamos seus amigos por meio de Jesus.
Então podemos estar certos da segurança da nossa salvação por causa da vida de Jesus, que vive para interceder por nós e garantir plenamente aquilo que obtivemos como herança, por meio da fé nEle.