“E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” (Miqueias 5.2)
O Senhor Jesus tinha saídas para o seu povo como seu representante diante do trono, muito antes de elas apareceram no palco do tempo. Foi “desde a eternidade” que ele assinou o pacto com seu Pai, que ele pagaria sangue por sangue, sofrimento por sofrimento, agonia por agonia e morte por morte, no nome de seu povo, e isto foi “desde a eternidade”, que ele se entregou por nós sem uma única palavra de murmuração.
Desde o alto da cabeça até a sola do seu pé, ele suou grandes gotas de sangue em sua agonia, e assim ele poderia ser cuspido, perfurado, escarnecido, traspassado, e esmagado sob as dores da morte e não recuaria.
Suas saídas como nosso Fiador foram desde a eternidade. Contemple isto minha alma, e fique maravilhada! Acontecimentos que tu tens diante de ti relativos à pessoa de Jesus “desde a eternidade.” Não somente quando nasceste no mundo que Cristo tem te amado, mas se agradou com os filhos dos homens, antes que eles existissem.
Frequentemente ele pensava neles; de eternidade a eternidade ele tinha se afeiçoado a eles.
O quê! minha alma, ele tem sido assim por muito tempo quanto à tua salvação, e ele não vai realizá-la? Será que ele saiu desde a eternidade para me salvar, e ele vai me perder agora?
O quê! Tem ele me carregado em sua mão, como sua joia preciosa, e agora ele me deixará escorregar por entre os seus dedos? Teria ele me escolhido antes que os montes nascessem, e ele vai me rejeitar agora? Impossível!
Tenho certeza que ele não teria me amado tanto tempo se não tivesse sido um Deus amoroso imutável. Se ele pudesse se cansar de mim, ele teria ficado cansado de mim muito antes de agora. Se ele não tivesse me amado com um amor tão profundo como o inferno, e tão forte como a morte, ele teria se afastado de mim há muito tempo.
Oh, alegria acima de todas as alegrias, saber que eu sou sua herança eterna e inalienável, dada a ele por seu Pai antes da fundação do mundo! O amor eterno será o travesseiro para a minha cabeça esta noite.
Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.