Vivendo, as garantias são poucas; aliás, nenhuma certeza há, fora do mundo espiritual.
Os sonhos são muitos, as probabilidades, algumas; e a segurança passa por caminhos quase intangíveis. Realmente “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há” (1).
A tendência humana pela violência, pela agressão, parece ter sido sempre uma válvula de escape de sua própria impotência, onde quer que ela se aplique, e de onde quer que venha. Eu acredito que emane de um mesmo lugar: o coração perdido, aflito, insatisfeito e ganancioso do homem. É assim desde que o mundo é mundo.
O que mudou (ou piorou) ao longo dos anos tem a ver com o tempo e aprendizagem (quanto mais eu faço, mais aprendo a fazer), com os “recursos”, a falsa modernidade, a destrutiva convivência tão próxima do mal e, conseqüentemente, a perda de sensibilidade para consigo mesmo, com o outro, com a natureza, que dirá, então, com o sobrenatural!
Essa coisa entre o homem e Deus – o que “era pra ter sido e não foi”, acabou desenhando uma relação misteriosa, distante e delicada entre eles.
Quando o Criador deixa de ter interferência direta, deixa de conviver de perto com sua criação, o livre-arbítrio, o “conhecimento do bem e do mal” traz a separação entre o “divino” e o “humano” e, com isso, uma eterna busca passa a morar no coração do homem. Uma busca por si mesmo, por explicações, por respostas que desvendem os muitos mistérios da vida. O homem torna-se, então, um eterno aspirante à felicidade, se possível, traduzida em um monte de momentos de alegria e prazer, com os estereótipos que seus olhos cobiçam. Essa busca só encontra paz quando ele é “re-conectado” ao divino pela “mágica” da fé, que rompe a barreira do mundo sobrenatural e transforma a visão, os sonhos, os planos e o caminho do homem. Sim, transforma o caminho do homem!
Não há justiça social, não há Direitos Humanos, não há e não haverá legislação, força ou poder no mundo capaz de alterar a cruel realidade de que somos vítimas, de longe ou de perto. Só transformando o caminho de cada ser humano – seus medos, frustrações, traumas, ansiedades, tristezas – o caminho do mundo, aos poucos, ficará menos sombrio, menos violento.
É um trabalho de formiguinha. Muitas formiguinhas sonhadoras, e cheias de fé!
Obviamente, não podemos desistir. É preciso tentar, levar causas adiante, conscientizar pessoas, lutar bravamente para minimizar as oportunidades que facilitam a violência, o medo, o abuso, a morte…
“Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (2)
Essa coisa entre o homem e Deus – “O que era para ter sido e não foi” – tem em Jesus a sua segunda chance!
E nós, que professamos tal verdade, precisamos rever nossos valores com uma visão realmente transformada, prontos para levantar bandeiras imaculadas, que sustentem o que cremos, e que se revelem através do que fazemos com o que cremos. Gente que se destaca por atitudes corajosas, encantadoras, inspiradoras, dignas e transformadoras. Gente conectada com Deus, e com o compromisso de ser sal.
(1) trecho da música de Renato Russo (Legião Urbana)
(2) Bíblia Sagrada – Livro de João cap 10:10