Vale a pena investir na nossa formação biblica? Howard Hendricks famoso escritor da área de educação cristã, diz que a bíblia não é como a lâmpada de Aladim, em que se esfrega e tudo vem à tona para nossa realidade. Para que as verdades bíblicas possam ser ensinadas sem distorções é necessário que o líder esteja empenhado em gastar tempo no estudo, e tempo na sua preparação e atualização. No entanto como nos preparar, se em nossa mente há uma distorção da verdade concernente aos seminários, treinamentos e congressos para educadores cristãos? Vale a pena investir na nossa formação bíblica?
Esta pergunta ainda ecoa na mente de pastores, líderes e professores. Muitos ainda não chegaram a uma resposta positiva acerca deste assunto, não descobriram que o maior e melhor investimento que um cristão pode fazer é gastar seu tempo e recursos no seu preparo eclesiológico, teológico e espiritual. Talvez porque ainda não entenderam que a capacitação tem poder para melhorar seu relacionamento com Deus, com as pessoas e consigo mesmo. Ainda se escuta uma voz ecoando nas igrejas e no coração de alguns líderes que o “tempo de preparo acabou, agora e tempo de agir, não há mais necessidade de seminários para pastores, Escola bíblica dominical e outras atividades que se preocupa com a formação do cristão. Estes que pensam assim deveriam avaliar os métodos de treinamento de Jesus, Ele nunca parou de “treinar” seus discípulos, pelo contrário em todo momento eles estavam em constante formação. Devo continuar a tentar usar as Sagradas Escrituras como uma lâmpada mágica, negligenciando assim as verdades Eternas nela contidas? Rubem Alves diz que a necessidade é que faz o homem pensar, se penso como discípulo ou mesmo como discipulador cristão, verei que tenho necessidade de me atualizar em todo o momento, tornando-me um elemento preciso em minha ciência de ensinar as verdades de Deus.
Picasso dizia: eu não procuro a ciência, eu a encontro. Um dos propósitos da formação bíblica é preparar a mente e ganhar um coração de mestre. Prepara-se a mente, o intelecto. Ganha-se um coração, um discípulo. Se não existe um desafio pessoal em querer aprender coisas novas, e humildade para relembrar as antigas, então não nos resta mais nada a fazer, já chegamos à plataforma da consciência natural, onde as verdades espirituais da bíblia já não têm mais espaço para agir. Porém novamente cito Ruben Alves que diz: “…sem o desafio da vida o pensamento fica a dormir”. Assim posso dizer com certeza vale a pena investir na nossa formação! Aqueles que acham que sabem tudo, na realidade nunca aprenderam nada! Temo que nestes tempos pós-modernos a igreja entre na “onda” da urgência das coisas rápidas e na certeza na incerteza.
Na incerteza de que nada vai mudar não invisto no ministério bíblico e na urgência da formação “fast food” o discípulo tem que se formar rápido, afinal “Deus está com pressa”, não tendo tempo assim o cristão para, avaliar, reestruturar e voltar atrás se for necessário. Castoriadis diz que “esta era pós-moderna” é “sem sombra de dúvida, a era da conformidade, esterilidade e a banalidade, estes são os traços característicos deste período”. Que nossos cristãos estejam atentos para as programações existente para abençoá-los, assim haverão menos erros. “procura apresentar-se a Deus como obreiro que maneja bem a palavra da verdade” (II Tm 3.16)