“Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo,” (Isaías 41.8)
“E ele foi chamado amigo de Deus.” (Tiago 2.23)
Abraão foi chamado de amigo por Deus, porque ele era assim. O título somente declara um fato. O Pai dos crentes foi, além de todos os homens “o amigo de Deus”, e a cabeça desta raça escolhida de crentes a quem Jesus chama de seus amigos.
Eu acho que ouvi você dizer: “Sim, de fato foi um alto grau em que Abraão chegou, tão alto que não posso atingir. Seria inútil para nós sonhar em ser considerados amigos de Deus.” Meus irmãos, eu lhes suplico, não pensem assim! Nós, também, podemos ser chamados de amigos de Deus. Deixe-me ler para vocês as palavras de nosso Senhor no capítulo 15 de João, “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” (João 15.14,15)
Isto está, então, ao seu alcance! Jesus mesmo nos convida a viver e a agir e a ser seus amigos!
Certamente, nenhum de nós irá negligenciar qualquer realização graciosa que fica na região do possível. Nenhum de nós irá se contentar com uma medida escassa da Graça, quando podemos ter vida em abundância. Eu creio que você não é tão tolo a ponto de dizer: “Se eu puder chegar ao céu apenas com a pele dos meus dentes, eu não me importo sobre o que eu sou na estrada.” Isso seria falar mal e, se você falar assim, eu receio que você nunca chegará ao céu! Aquele que está sendo preparado para Glória está sempre com fome de uma maior medida de Graça. Aquele que é nascido de Deus deseja o amor de seu Pai, enquanto é ainda uma criança e não tem ideia do que espera por ele quando chegar à maturidade. Deixe-me ter tanto do Céu ainda agora, quanto eu possa ter! Sim, deixe-me ser amigo de Deus!
Há grande diferença entre ser “salvo como pelo fogo” e de ter “uma entrada abundante concedida a nós” para o Reino de Deus. Vamos então desfrutar o céu na estrada para o Céu!
Tradução e adaptação de parte da introdução do sermão de nº 1962, de autoria de Charles Haddon Spurgeon.