Jesus não vai deixar seu povo esquecer do amor dele. Se todo o amor que eles têm desfrutado for esquecido, ele os visitará com amor renovado. “Vocês esqueceram da minha cruz?”, diz ele, “Eu farei com que vocês se lembrem dela, pois à minha mesa eu me manifestarei a vocês outra vez. Vocês esqueceram do que eu fiz por vocês na câmara do conselho da eternidade? Lembrá-los-ei disto, porque precisarão de um conselheiro e me encontrarão pronto à sua chamada.”
As mães não deixam seus filhos esquecê-las. Se o menino partiu para a Austrália e não escreve, sua mãe escreve – “João, esqueceu de sua mãe?” Então, chega de volta uma doce epístola, o que prova que o lembrete não foi em vão. Assim é com Jesus, ele nos diz: “Lembrem-se de mim”, e nossa resposta é: “Nos lembraremos do teu amor.” Nós nos lembraremos do teu amor e de sua incomparável história. Ela é tão antiga quanto a glória que tinhas com o Pai antes que o mundo existisse. Lembramo-nos, ó Jesus, do teu amor eterno quando te tornaste nosso Fiador, e nos abraçaste como tua noiva.
Lembramo-nos do amor que propôs o sacrifício de ti mesmo, o amor que, até a plenitude do tempo, refletiu sobre esse sacrifício, e esperou pela hora na qual, no volume do livro, foi escrito sobre ti “Eis que eu venho.” Nos lembramos do teu amor, ó Jesus, uma vez que ele se manifestou a nós em tua vida santa, desde a manjedoura de Belém até o jardim do Getsêmani. Te acompanhamos desde o berço até o túmulo – pois cada palavra e ação tua foi de amor e regozijamo-nos em teu amor, que a morte não esgotou; teu amor que brilhou resplandecente em tua ressurreição. Nos lembramos do fogo ardente daquele amor que nunca deixará que te cales até que os teus escolhidos sejam abrigados com segurança, até que Sião seja glorificada, e Jerusalém seja assentada em seus fundamentos eternos de luz e amor, no céu.
Texto de Charles Haddon Spurgeon, Traduzido por Iza Rainbow