Na parte final do sexto capítulo de 2 Coríntios Paulo citou a promessa de Deus de receber como filhos e filhas a todos que se apartassem dos ídolos e não tocassem em nada imundo, porque habitaria neles para que fossem o seu povo e Ele o Seu Deus. E ele começou o sétimo capítulo afirmando qual deve o ser o dever de todos os cristãos em face da referida promessa:
“Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.” (2 Cor 7.1).
Então todo cristão deve se empenhar para se purificar de toda a imundícia da carne e do espírito, no temor de Deus, progressivamente, com vistas ao aperfeiçoamento da sua santificação, isto é, até que atinja a maturidade espiritual que deve alcançar em Cristo, ainda aqui neste mundo, à qual é chamada na Bíblia de perfeição evangélica, porque sempre haverá alguma escória misturada ao nosso ouro; mas teremos aprendido em Deus, pela capacitação do Espírito, a nos livrar dela, para o inteiro agrado do Senhor, e a estarmos no lugar em que devemos estar permanentemente, a saber, em santificação na Sua presença.
É na comunhão dos santos, no compartilhar a fé com outros cristãos que se sente o peso da necessidade da santificação, e por isso se lhes ordena que não deixem de congregar para o culto de adoração pública ao Senhor, porque nisto há tanto exortação, disciplina e encorajamento mútuos sobretudo nos esforços voltados para a evangelização da qual o Senhor encarregou a sua igreja neste mundo até que Ele volte.
E é neste zelo por Cristo e pelo evangelho que somos santificados pelo Espírito.
Agora, quando em nosso zelo por Cristo, exercemos exortação e disciplina em Seu nome, mas se o fazemos por motivos pessoais, de vingança, rancor ou qualquer outro sentimento oposto ao amor, e não com longanimidade e segundo a sã doutrina, como se requer, não se pode esperar que haja um bom resultado porque o Senhor há de honrar toda disciplina que for feita no Espírito, não somente por zelo, mas também por amor, mas não agirá nas coisas operadas meramente pelo coração do homem.
De modo que se for Deus quem opere a tristeza que é para arrependimento – nos que andam de modo desordenado – pela nossa instrumentalidade, então Ele próprio honrará a disciplina realizada por nosso intermédio, mas se formos impelidos pelo espírito do mundo, o resultado não poderá ser vida e salvação, senão morte espiritual, de quem já estava a ponto de morrer, por causa do endurecimento no pecado.
Todas estas coisas devem ser refletidas e pesadas pelos ministros do evangelho, que têm o encargo da parte de Deus para exercerem disciplina na Igreja. Eles não serão justificados se agirem por motivos carnais, por maiores que sejam os pecados existentes na congregação que tenham que liderar.
É com a mesma direção do Espírito, e amor pelo rebanho que devem cumprir a exortação do Senhor, como a que vemos por exemplo em Apo 3.2:
“Sê vigilante, e confirma o restante, que estava para morrer; porque não tenho achado as tuas obras perfeitas diante do meu Deus.” (Apo 3.2).
Andar na verdade e no Espírito faz com que os laços da confiança que nos unem uns aos outros e ao Senhor fiquem cada vez mais fortes. Esta confiança é a base de todo relacionamento verdadeiro, e deve ser bem cuidada por um andar na verdade e humildade; de modo que haja a mesma sinceridade em nossos corações, quer nas coisas que geram alegria, quer nas que produzem tristezas, e que demandam um sincero arrependimento, para que vivamos do modo que é aprovado por Deus e agradável a Ele.