“Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.” (João 12.47)
Eis a declaração expressa e direta de nosso Senhor Jesus Cristo sobre o âmago da dispensação da graça que foi inaugurada com a sua morte de sangue na cruz.
Nelas se vislumbra o caráter da sua completa longanimidade e paciência para com todos os pecadores, inclusive para com aqueles que resistirem às suas palavras e não se importarem em guardar os seus mandamentos, porque não sofrerão um julgamento condenatório da parte de Deus enquanto viverem neste mundo. Ao contrário, as portas da salvação do evangelho poderão ser abertas para estes, até o dia da sua morte física, desde que se arrependam e creiam em Cristo.
Mas, como não é dada ao homem o poder de abrir ou de fechar a Porta da salvação, que é o próprio Cristo, não é bom que abusemos da longanimidade e paciência de Deus, adiando voluntariamente o dia da nossa entrega pessoal a ele, por resistirmos à sua vontade para permanecermos na prática do pecado.
Somos advertidos na Bíblia a não brincarmos com Deus abusando de sua longanimidade, porque podemos correr o risco de que apesar de não sermos julgados neste mundo, ele poderá manter a porta fechada para alguém que assim proceder, de modo que não concederá nem arrependimento e fé para que possa ser salvo, e deste modo permanecerá debaixo do juízo de maldição e de condenação que está sobre todas as pessoas, até que sejam resgatadas desta condição por Jesus Cristo.
“Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3:18)
“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),” (Gálatas 3:13)
Assim, não é pela evidência de não estarmos sofrendo qualquer tipo de juízo de Deus imediato sobre as nossas transgressões, que isto significa que ele seja indiferente ao mal; que não haverá qualquer juízo futuro de nossa rejeição da sua vontade; e muito menos ainda que ele esteja com isto, aprovando o nosso mau procedimento.
A dispensação da graça inaugurada desde a morte de Jesus adiou todo julgamento para o grande Dia do juízo final, e por isso fazem bem todos aqueles que em vez de ignorarem as palavras de Jesus, lhe dão o devido crédito, as pratiquem, para que tudo vá bem com as suas almas.