Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. – Mateus 26.41.
O espírito do cristão está sempre disposto, não é necessário lhe dizer o que é que ele tem que fazer; mas a carne é fraca, é perigosa, e se opõe ao espírito. A nossa carne, sim, temos que orientá-la, reprimi-la, discipliná-la e crucificá-la. Deus faz isso em nós por meio da sua palavra, exortando-nos e repreendendo-nos. É por essa razão que há tantas exortações na Bíblia, dirigidas aos “irmãos santos e crentes”.
Os que não estão dispostos a aceitar as exortações de Deus, tampouco devem se gloriar na fé e na liberdade da lei. É impossível que a verdadeira fé careça de amor e do deleite da santa vontade de Deus, revelada na sua lei. Isso é tão impossível quanto é separar o calor do fogo. Se alguém apenas quer ouvir a consoladora mensagem do Evangelho, e não prestar ouvidos às exortações, mas ao contrário, dar cordas soltas à carne, essa pessoa deve saber que tanto a sua carne como seu espírito estão ainda sob o poder do pecado e, portanto, debaixo da condenação de Deus.
O apóstolo João escreve a este respeito: “Nisso sabemos que o conhecemos, se guardamos seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda seus mandamentos, o tal é mentiroso, e a verdade não está nele”. Por isso também o apóstolo Paulo disse: “Irmãos, vós, os que fostes chamados à liberdade; apenas não useis da liberdade para dar ocasião a carne, mas sim, servi-vos em amor uns para com os outros”.
Respeitar os mandamentos de Deus e obedecê-los, a partir da fé, é um sinal da verdadeira santificação. O profundo desejo do discípulo de Cristo é fazer a vontade de Deus. Ele tem “fome e sede de justiça”. Ele ora fervorosamente a esse respeito, porque nesta vida nunca poderá dar-se por satisfeito, senão que clamará a Deus sempre pedindo para ser melhor do que é a fim de viver cada vez mais de acordo com a sua santa vontade.
Oremos com Lutero
Eterno Deus, eu sei que tu me amas. Ajuda-me a confiar em ti de todo o meu coração para todas as coisas. Amém.
C.O.Rosenius (1816-1868) Nuevo Dia – Trad. Sóstenes Ferreira da Silva