Nos últimos tempos, muito se tem escrito a respeito de liderança e gestão de pessoas. As organizações perceberam que, para competir, não basta simplesmente possuir um bom serviço, uma boa tecnologia, um bom produto ou ter o marketing bem estruturado.
Perceberam que o diferencial está na forma como se relacionam com as pessoas, tanto aquelas que são os consumidores quanto aquelas que são os responsáveis por fazer com que a organização alcance o esperado, ou seja os colaboradores.
Até mesmo esta nova palavra, colaborador, foi introduzida no vocabulário das organizações em substituição a “empregado” ou “funcionário”. Hoje, percebe-se a necessidade de ter as pessoas envolvidas com os processos e não simplesmente cumprindo ordem.
Não basta mais “pagar o salário no final do mês”, é necessário reter os talentos ofertando condições de trabalho, ganho, satisfação, crescimento profissional e pessoal.
O que motiva as pessoas não é visto mais como padrão para todos, e muito menos as recompensas. É necessário observar as expectativas e necessidades individuais e, assim, satisfazê-las de acordo com o perfil de cada um.
Diante desta constatação, muitas técnicas e filosofias são utilizadas, tentando mover as pessoas à produtividade. A Bíblia Sagrada, livro com mais de cinco mil anos, possui exemplos significativos sobre a gestão de pessoas que são perfeitamente aplicáveis hoje, em pleno século XXI. É importante extrair estes ensinamentos e aplicá-los no nosso dia-a-dia, com a certeza que estaremos recorrendo a mais inspiradora fonte de sabedoria.
O que a Bíblia ensina sobre liderança?
Uma das coisas mais importantes relatadas na Bíblia é saber dar a devida importância para as pessoas. Com base neste princípio, as pessoas sempre estarão em primeiro plano.
O caráter de um líder é que gera a confiança, e essa confiança é que possibilita a liderança. Ninguém melhor que o próprio Jesus Cristo e o exemplo de seu caráter para termos como padrão.
Jesus sempre mostrou respeito e preocupação para com aqueles que O seguiam, como relatado em Marcos 6: 31, onde Ele chama os discípulos para descansarem ou quando alimenta a multidão com os cinco pães e dois peixes. Marcos 6:35 a 44.
Outra característica muito importante em Sua forma de liderar, está no fato de saber exatamente qual o papel que desempenhava. Ele sabia que estava sob a liderança de seu Pai, e isto significava cumprir o que lhe fora determinado.Vejamos algumas citações
“Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra”. (João 4:34)
“Pai, se queres, passa de mim este cálice, contudo, não se faça a minha vontade, e, sim, a tua”. (Lucas 22:42)
Ele sabia também, que estava acima dos discípulos e que teria que prepará-los para conduzir sua grande obra. Jesus deu o exemplo, conforme João 13:14 e 15, onde Ele lava os pés dos discípulos:
“ Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. (João 13:15)
O exemplo de Jesus, nos mostra a importância de reconhecermos a autoridade que esta acima de nós, respeitá-la e caminhar de acordo com sua orientação.
Foi assim que Jesus fez, mesmo no momento de maior sofrimento (Lucas 22:42), Ele colocou a vontade de seu pai acima da sua. Vemos também aqui, a questão da confiança que devemos ter em nossos líderes.
Jesus tinha a plena convicção que seu sacrifício não seria em vão. Ele sabia que o plano de Deus tinha um propósito, mesmo exigindo d´Ele um extraordinário sacrifício – sua morte, foi fiel ao que seu líder lhe havia ordenado.
A confiança e obediência de Jesus foi incondicional, sem levar em conta circunstâncias como; seu bem-estar, as dificuldades, oposições ou qualquer outra coisa. Obediência irrestrita, pois Ele era um com seu líder (Pai).
Vemos também a forma como Jesus agia com seus liderados:
Ele estava disposto a pagar o preço por aqueles que estavam sob a sua liderança
Ele investiu tempo, muito tempo. Passou dias e noites ao lado deles ensinando, dando o exemplo, fazendo junto, de forma que pudessem ter a plena confiança em fazer o que seu mestre faziaJesus não reteu informação, não reteu poder, não reteu conhecimento. Ele precisava que seus discípulos tivessem a plena convicção que seriam capazes de realizar Sua obra e irem além. Tanto foi assim, que afirmou que eles poderiam realizar obras maiores que a Sua
“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” (João 15:15)
“Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” (João 14:12)
Jesus também capacitou seus discípulos e enviou-os em seu nome para realizar algo muito importante. A comissão dos Setenta – Lucas 10, mostra claramente um líder delegando a um grupo autoridade para que o precedessem e para fazer o que ele mesmo faria; curar enfermos, expulsar demônios e anunciar as boas novas.
O líder precisa contar com seguidores. Precisa preparar a sucessão. Um líder precisa em certo momento, delegar a outros aquilo que faz ou parte daquilo que faz.
Jesus só pode realizar sua maior obra aqui na terra, sua morte e ressurreição, depois que pode confiar aos discípulos a missão de anunciar ao mundo as “boas novas da salvação.”
O líder precisa também, deixar claro aos seus seguidores qual a recompensa que terão por segui-lo e neste ponto, Jesus nunca omitiu nada, foi sempre claro, conforte podemos observar em João 15:20 “…Não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros…”