Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? – Lucas 6:9
É incrível a capacidade controladora que a Religião exerce sobre a humanidade, por ela homens matam, morrem, deixam de viver como seres individuais, se permitem serem marcados, enfim, alguns são capazes de até fazerem uma guerra supostamente “santa” e descaradamente como se fossem em nome de Deus. Mas, para piorar a situação, a religiosidade farisaica (legalista) também ensina outra coisa: a omissão ao próximo.
Neste capítulo de Lucas, vemos religiosos (escribas e fariseus), ficarem furiosos por que Jesus curara um homem que tinha uma das mãos mirrada em um dia de Sábado (Êxodo 20:8-11); ora, vigorava na época a lei do sábado, a lei do descanso semanal, um dia que deveria ser santificado ao Senhor e no qual, nenhum trabalho ou obra deveria ser feito. Acontece que essa lei era muito mal aplicada, e neste caso, eles queriam usar como pretexto até para omitir o bem ao próximo, e para acharem um motivo para acusarem Jesus.
O Senhor Jesus conhecendo o coração daqueles que o cercava, interroga-lhes: qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, se no sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela e a levantará? Pois muito mais vale um homem do que uma ovelha; ora, é lícito fazer o bem, inclusive nos sábados. Semelhantemente àqueles homens, alguns hoje omitem favor ao próximo, ao necessitado, para supostamente cumprir um ritual, uma lei, um mandamento; e alguns líderes até ensinam isso, infelizmente.
É justamente neste capítulo que começa a trama para matar Jesus. O fato D’Ele ter curado alguém no sábado, D’Ele ter feito o bem no sábado, D’Ele ter aparentemente negligenciado a lei de Moisés, é apenas a ponta do iceberg, e a partir daquele momento houve uma conspiração para matá-lo. Para aqueles homens letrados e “formados em teologia”, Jesus era um grande herege, blasfemo (Marcos 2:7), comilão e beberrão (Mateus 11), causador de polêmicas, defensor de adúlteros (João 8:7), amigo de pecadores e que deveria ser morto a qualquer custo.
Assim sendo, como Jesus seria interpretado em nosso meio hoje? Seria Ele aceito pelas religiões? Ou seria considerado um herege? Pergunto pois, enquanto o Evangelho de Cristo transforma o ser, fazendo-nos novas criaturas, por outro lado, a religiosidade mascara a imagem, valorizando apenas a aparência das pessoas, tornando os seus aprendizes em sepulcros pintados (Mateus 23:27).
Se levarmos em conta a atual situação das coisas, provavelmente Ele seria rejeitado. Se Ele não aparecesse de terno e gravata, sapato engraxado, e uma bela calça… Quem o perceberia?
Você já se perguntou o que Ele gostaria que você fizesse?
Se você é cristão, essa pergunta é para você: o que acha que deixaria Jesus satisfeito,
que você socorra o necessitado mais próximo, ou que cumpra a doutrina que te ensinaram?
Paz!