Calma, não é o que você está pensando. Não estou me desviando, ou afirmando heresias, mas, era exatamente assim que Jesus era visto pelos religiosos da sua época.
Vejamos algumas definições:
Profanar> Tratar com irreverência as coisas sagradas; desrespeitar a santidade de.
Profano> Que viola a santidade de coisas sagradas.
Para os religiosos, Jesus profanou o sábado curando, pois deveria curar nos outros dias, consentia que seus discípulos trabalhassem no sábado, gostava de festas, de andar com pecadores, conversava com mulheres e da pior espécie, jantava com publicanos, enfim, Jesus não se enquadrava no perfil de um santo. Um santo deveria estar o tempo todo no templo, junto apenas de outros santos, não frequentar lugares onde houvesse pecadores, muito menos ter amizade com eles. Para eles, Jesus desrespeitava a santidade de Deus.
Um diferencial na vida de Jesus para os “santos” da sua época, era que ele gostava de gente, coisa que a maioria deles de fato não gostava. Ele gostava de estar junto, não se importando com o pecado delas. Ele gostava tanto de estar junto, que foi isso que o fez descer e ser Emmanuel. A situação moral daquele tempo não era das melhores, melhor, era a pior possível. Penso que era um tempo em que, ou Deus destruía de novo a terra ou a salvava. Ele preferiu salvar e não se salva à distância, ele veio pra perto, tocar no homem, comer com ele, dormir junto, conversar, chorar. Jesus comia até com seus inimigos, Ele era exemplo quando nos mandou amar os nossos… Jesus não se importou com nossa sujeira, não fechou as narinas perto de nós. Ele veio onde estávamos e não poderia ser o contrário.
Hoje a igreja tenta agir diferente do seu Mestre, pensa que sabe mais, quer ser mais santa do que Ele. Não vai ao encontro dos pecadores onde estão e ainda condena quem vai, chamando-os de profanos, assim como os religiosos da época de Jesus.
Chegando onde quero
Estava lendo um post sobre a ida do Diante do Trono ao Caldeirão do Huck e que falava sobre protestos a respeito. Uma das coisas que citaram foi sobre as assistentes semi-nuas que dançavam. Fui dar uma olhadinha no vídeo pois não tive interesse nenhum em assistir no dia.
Bem, o grupo foi tocar no Caldeirão, não em uma igreja. Por que a admiração? Se estivessem dançando daquele jeito em uma igreja, aí sim, era o fim (se bem que é só isso que está faltando em algumas).
“O Pregador Luo dançou com uma das figurantes”, disseram. Fui ver. Dançou com alguém do público. Mas, não vi malícia. É o jeito dele. Jesus estava conversando sozinho com uma mulher samaritana que tinha uma vida não muito correta. De que o acusariam hoje? Bem, tudo é puro para os puros… Quero dizer aqui que não sou uma fã do Pregador Luo, falar a verdade nem gosto do estilo dele, gosto mais do estilo do Diante do Trono, mas isso não me impediria de expor uma opinião contrária se eu achasse necessário.
Olhando mais fundo, qual a diferença de estar cantando no Caldeirão para aqueles que assistem como fãs de carteirinha, não somente esse programa como outros do mesmo porte ou piores, mas condenam aqueles que, prefiro pensar assim, foram tentar colocar um pouco de sal naquele açougue?
Quero afirmar também que estar envolvido nessa área é algo muito delicado. Não podemos fechar os olhos para o perigo da secularização, de realmente profanar o que é santo, e isso vai muito mais além de uma apresentação musical, diz respeito às vidas deles nos bastidores.
Precisamos fazer diferente dos outros que se apresentam. Precisamos apresentar Jesus não apenas nas canções mas, na nossa influência pessoal. Precisamos ter cuidado com a soberba, a cobiça e isso em qualquer lugar.
O assunto é vasto mas procurei colocar aqui, em poucas palavras, minha vista do ponto.
Maria Amélia