“Rom 5:10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;”
“Rom 7:16 Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
Rom 7:17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim.
Rom 7:18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.
Rom 7:19 Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.
Rom 7:20 Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.
Rom 7:21 Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.
Rom 7:22 Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
Rom 7:23 mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.
Rom 7:24 Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
Rom 7:25 Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.”
Nós podemos ver destacado nas duas porções retrocitadas da epístola de Paulo aos Romanos, uma clara alusão à nossa condição perante Deus, por estarmos em Jesus Cristo.
Veja que ele diz no verso décimo do quinto capítulo de Romanos que éramos inimigos de Deus quando estávamos no mundo sem Cristo. Mas, por meio dele e da sua cruz fomos reconciliados de tal maneira que a citada inimizade já não mais existe, de modo que agora somos amigos de Deus.
Todavia, na porção mais extensa de Romanos 7.16-25 ele explica detalhadamente que apesar de não sermos mais inimigos de Deus no tocante à nossa personalidade, à nossa mente, à nossa vontade, temos ainda uma natureza carnal corrompida, chamada pecado, que se opõe à Deus e à sua vontade.
Não é fácil entender isto, porque há duas naturezas em permanente conflito no cristão.
Uma nova recebida do alto, pela fé em Cristo, que o dispõe a buscar e a fazer o que é puro e santo.
E uma velha, que se associava à nossa mente e vontade para nos afastar de Deus e da sua vontade, quando éramos seus inimigos.
De fato, antes de recebermos a nova natureza, não amávamos ao Senhor e aos seus mandamentos, conforme revelados por ele na Bíblia.
Agora, estando em Cristo, apesar de amarmos o que é puro e santo, e desejarmos sinceramente fazer somente aquilo que lhe é agradável, somos dotados ainda de um velho homem que deve ser crucificado diariamente, porque seus desejos não são puros e santos, conforme emanados de nossa velha natureza pecaminosa.
Então, com a nossa mente renovada estamos dispostos a servir a Deus e à sua Lei, mas o princípio operativo do pecado que está ligado à nossa natureza terrena se levanta e se opõe tenazmente à natureza celestial que recebemos por meio da fé.
Daí decorre a luta constante que há entre o Espírito Santo e a carne.
Podemos dizer então que esta luta existe somente naqueles que não são mais inimigos de Deus, pois diz o apóstolo: “quando éramos inimigos”, denotando por conseguinte que já não o somos mais.
Não fiquemos, portanto, desanimados por nossas eventuais falhas, porque sabemos que temos uma natureza terrena decaída que estará ligada a nós até o dia da nossa morte; e que por mais que nos despojemos dela, sempre haverá alguma influência da mesma nos levando a desejar e a nos inclinarmos para práticas que não estão conformadas ao caráter de Cristo.
Confessemos nossas faltas. Mortifiquemos o pecado. Aproximemo-nos com confiança de Deus, porque ele é nosso amigo e somos também seus amigos, e ele sempre estará disposto a nos ajudar com toda a sua paciência, longanimidade e misericórdia, conforme a promessa que nos fez segundo a Nova Aliança que temos celebrado com ele por meio do sangue de Jesus.