Muito se tem visto e ouvido através dos meios de comunicação nestes últimos tempos, tanto dos que se dizem favoráveis quanto dos que se dizem contra a prática do homossexualismo.
O assunto é polêmico principalmente entre os cristãos de linha conservadora e liberal. Os conservadores católicos romanos, ortodoxos, protestantes e evangélicos, se mantêm fiéis à doutrina apostólica contida nas Sagradas Escrituras, que determina: “Nenhum homem deverá ter relações sexuais com outro homem” (Levítico 18:22).
”Os que praticam a imoralidade, a idolatria, o adultério, o homossexualismo, o roubo, a avareza, a bebedice, a calúnia e os assaltos, não terão parte no Reino de Deus” (I Coríntios 6:9).
A lei de Deus é feita também para os imorais, sequestradores, mentirosos, para os que mantêm relações sexuais com pessoas do mesmo sexo e para os que praticam qualquer outra coisa que contraria o verdadeiro ensinamento”(I Timóteo 1:10).
“Eles dizem que são sábios mas são tolos. Trocam a verdade pela mentira. Por causa das coisas que essas pessoas fazem Deus permitiu que se entregassem a paixões vergonhosas, pois até as mulheres trocam as relações naturais pelas que são contra a natureza. Também os homens deixam as relações naturais com mulheres tendo relações vergonhosas uns com os outros, por isso recebem em si mesmos o castigo que merecem por causa dos seus erros” (Romanos 1:22, 25 e 26-27).
Os liberais embora se confessem apostólicos, preferem o que diz a psicanálise, afirmam que o homossexualismo é uma prática correta, desprezam a doutrina apostólica e acusam os conservadores de ficarem procurando versículos bíblicos para justificar suas posições, que eles fazem questão de afirmar que são preconceituosos.
Preconceito é um conceito antecipado sobre um determinado assunto ou tema. O conceito de ato ilícito para a prática do homossexualismo existe há séculos em todas as religiões reveladas. Portanto os conservadores apenas se mantêm em concordância com o conceito que é também um preceito venero e neo-testamentário. Isto, porém, não os faz melhores nem piores do que os demais, porque todos são igualmente pecadores.
Como pecadores todos poderão ter dentro de si um gay, um adúltero, um avarento, um caluniador, um mentiroso, um homicida, um ladrão, um hipócrita, etc.
A igreja cristã é formada por toda sorte de pecadores e luta pela libertação de seus erros através da ação transformadora do Evangelho. Por isso ela não deve, por exemplo, ministrar a bênção matrimonial para uma união entre adúlteros ou para qualquer outro tipo de união contrária a doutrina cristã e apostólica.
Quem não concorda com esse tipo de união não é, por isso, um “adulterofóbico”, pois não é contra o adúltero e sim contra o adultério; apenas usa seu livre arbítrio e o direito de discordar.
A Igreja Anglicana firma-se oficialmente nos quatro pilares do Quadrilátero de Lambeth e seus ministros ao serem ordenados fazem votos solenes de fidelidade à Palavra de Deus, contida nas Santas Escrituras do Antigo e Novo Testamento.
No momento da ordenação, perante toda a congregação o Bispo pergunta aos ordinandos: “Estais persuadidos de que as Escrituras Sagradas contêm toda a doutrina que de necessidade se requer para a salvação eterna pela fé em Jesus Cristo? Estais decididos a instruir o povo cometido ao vosso cuidado e nada ensinar como necessário para a salvação eterna senão o que estiverdes convencidos de se poder deduzir e provar pelas Escrituras? Estareis dispostos a banir da Igreja todas as doutrinas errôneas e estranhas, contrárias a Palavra de Deus?”
Alguns porém se afastam desses princípios, se tornem perjuros e desobedientes à doutrina que prometeram cumprir em seus votos solenes.
Por isso mesmo é que tem ocorrido casos isolados de bênção para pessoas do mesmo sexo, que vivem em união homossexual, o que tem causado polêmica entre os anglicanos liberais e conservadores.
O arcebispo de Canterbury, Rowan Willians, que é mais alta autoridade eclesiástica do anglicanismo, em carta enviada aos 116 representantes de dioceses e bispos na Gran Bretanha, demonstrou sua decepção com o que chamou de “obsessão de algumas lideranças na igreja pela questão do homossexualismo” lembrando que “há temas muito mais importantes para os anglicanos se dedicarem, como as guerras, as injustiças sociais, a miséria, a fome, etc.”, mas recomendou que os homossexuais devem ser recebidos e tratados com amor e carinho e não podem ser excluídos da igreja.
Jesus disse: “Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo? Eu porém vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”(Mat.5:43-44).
Portanto não devemos amar somente o nosso próximo mas até os nossos inimigos gratuitos.
Jesus também falou: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento . Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo semelhante a este é: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os Profetas.”
Amar, porém, não é permissividade. O próprio Jesus deu exemplo disso quando não permitiu que os mercadores comerciassem no pátio do templo e por amá-los os exortou dizendo: “Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus falou o seguinte: A minha casa será chamada casa de oração mas vocês a transformaram num esconderijo de salteadores”(Mateus 21:13).
Hoje também existem mercadores de idéias contrárias às Escrituras Sagradas que querem transformar a Igreja de Cristo em covil de falsas doutrinas.
Amar significa também determinar limites.O pai impõe limites aos filhos, admoesta-os e até os disciplina, porque os ama.
Isso é entender o que Jesus ensinou sobre o amor ao próximo.
A Comissão de Lambeth, formada para analisar o caso Gene Robinson em New Hampshire, ressaltou que os que apóiam o homossexualismo “devem aceitar o consenso mundial sobre o assunto ou correr o risco de dividir a igreja”. O conceito mundial é ter como modelo o que as Escrituras apresentam: “Deixará o homem seu pai e sua mãe e unir-se-á à sua mulher e serão os dois uma só carne” (Êxodo 2:24).
Essa advertência da Comissão de Lambeth merece especial atenção da IEAB , pois a divisão já existe na prática e poderá se tornar oficial caso venha se concretizar a autorização episcopal para a ministração da Bênção Matrimonial para pessoas do mesmo sexo, pois “o matrimônio significa para os anglicanos, o mistério da união entre Cristo e sua Igreja e não deve ser realizado de maneira irrefletida ou superficial, porém, com reverência e de acordo com os propósito para os quais Deus o instituiu”(L.O.C. pg.183).
Jesus disse que há homens que nasceram privados de sua virilidade; são os eunucos, há outros que se privaram dela por causa do Reino de Deus: são os celibatários. Quem puder aceitar, aceite este ensinamento. (Mateus 19:2).
É dever de todo cristão amar a todos os seres humanos com ternura e sinceridade, sem preconceitos de cor, raça, religião, etc, respeitando suas opções certas ou erradas, sendo, porém, livres para discordar delas com lealdade e verdade e também para exercerem o direito de se defender dos que os acusam deslealmente de fobias que só existem nas mentes de seus acusadores.
Rev. Guilherme Luz.