Fomos criados para a alegria e a felicidade, mas onde elas se encontram?
Nas coisas e circunstâncias que esperamos, segundo as expectativas de cada pessoa?
Em lugares, em bens terrenos, em relacionamentos afetivos, em carreiras, em dinheiro, em saúde, enfim, em tudo aquilo que costumeiramente se busca para o fim de sermos felizes?
Mas, mesmo na posse de tudo isso podemos achar ocasião de nos sentirmos infelizes, pelas dificuldades e oposições que possamos encontrar quando da busca de nossas realizações.
Então, onde e como podemos encontrar a fonte da verdadeira alegria e felicidade?
Muitos decidem permanecer no estado de celibato e sem assumir qualquer tipo de compromisso com outros, para não terem o desprazer de terem que conviver com opiniões diferentes das suas, e para não verem sendo contrariados os seus projetos e aspirações. Todavia, as circunstâncias da vida lhes trarão muitos dissabores por agirem como sombras e nuvens em seus dias ensolarados.
Aqueles que são casados e que possuem muitos relacionamentos de ordem social e profissional não se encontram em desvantagens em relação àqueles, pois, ainda que sujeitos a um maior número de contrariedades, entretanto, estas não configuram uma causa real para que não sejam verdadeiramente felizes e alegres.
A chave se encontra em entendermos que não fomos criados para nós mesmos, mas para Cristo.
Se vivemos ou morremos, somos do Senhor. O todo dos nossos desejos deve estar direcionado para Ele, estando nós sujeitos à Sua soberania, porque senão, de outro modo, não poderemos ser achados satisfeitos e felizes, pois, é somente nEle que se acham escondidas a nossa alegria e felicidade.
De outra forma, como poderíamos ser felizes num mundo em que estamos sujeitos a muitas perdas, e a maior delas que é a morte de nossos entes queridos?
Quando andava sem Cristo eu esperava a felicidade na chegada de dias festivos (carnaval, festas juninas, natal, dia das mães, dos pais, fins de semana etc), mas desde que me converti a minha maior alegria não consistia mais na chegada desses dias, e nem mesmo fico na expectativa da sua chegada.
Também associava a felicidade às minhas realizações e aos trabalhos que realizava, e então, a aposentadoria e a velhice chegaram, e tudo isso ficou para trás.
A conclusão lógica à qual cheguei é a de que a fonte da verdadeira alegria e felicidade é totalmente diferente destas várias fontes anteriormente citadas.
A fonte da verdadeira alegria e felicidade é apenas uma, e esta consiste na nossa permanente comunhão com Jesus Cristo, em espírito.
Quando cultivamos uma comunhão real com Deus baseada na obediência à Sua Palavra e a experimentarmos a Sua presença por um andar no Espírito Santo, então nada há que possa interromper a paz, a alegria e felicidade que inundam a nossa alma, pois é o próprio Deus, e somente Ele, que pode conduzir a nossa alma à referida condição. É com isto que devemos armar o nosso pensamento, especialmente nas horas em que deparamos com contrariedades e tribulações: “minha alegria e felicidade não dependem da realização dos meus desejos, mas de conseguir manter-me em comunhão com o Senhor, grato e satisfeito em meu espírito em toda e qualquer situação, pois é isto o que glorifica o Seu santo nome.”
Podem nos contrariar injustamente, mas isto não nos abalará porque a fortaleza do Senhor estará lá no nosso interior mantendo-nos em paz e alegres.
Este é o segredo que levou os crentes da Igreja Primitiva a terem se alegrado em serem perseguidos e estarem sofrendo por causa do nome de Jesus, pois viram que foram achados dignos de padecerem tais sofrimentos sendo assistidos pela graça e força que Deus supre.
Quando os crentes fazem da realização dos seus sonhos e desejos a causa da sua alegria e felicidade, eles terão muitas frustrações e tristezas, porque não é nisto que Deus planejou para que fôssemos felizes e ficássemos satisfeitos, senão em descansarmos nEle e no Seu amor, e não em desejos realizados ou não realizados.
Tenhamos sonhos e desejos mas jamais incorramos no erro de colocar neles a razão da nossa alegria e felicidade, porque isto pode ser achado somente na nossa comunhão com o Senhor.
Por isso, a Bíblia, desde o Velho Testamento, está repleta de exemplos e ilustrações desta verdade. Veja o caso de Israel na sua peregrinação no deserto, sendo mantido em circunstâncias difíceis de falta de alimento e de água. Deus queria lhes ensinar que não deveriam fazer do fato de terem circunstâncias favoráveis o motivo de estarem satisfeitos, gratos, felizes, senão por terem sido eleitos por Ele para conhecê-lo em espírito. Ele era e é tudo quanto necessitavam, e assim, todos aqueles que são Seus filhos nas sucessivas gerações.