… Há grande número de pessoas que permanecem fora da Igreja e de Cristo, nestes nossos dias, meramente porque… Parece que resolveram não permitir que o Evangelho atue sobre suas vidas enquanto não compreenderem o próprio Evangelho… Dizem que não desejam cometer suicídio intelectual, submetendo-se passivamente àquilo que não compreendem. Ter receio de passividade é coisa boa e legítima… O Evangelho não confere prêmio algum à nossa ignorância. De fato, ensina-nos que devemos usar a mente e os poderes de que Deus nos dotou. Mas (elas) são culpadas de uma falácia e se comportam de maneira exorbitante e irracional. Permita-me uma ilustração.
Parece evidente, não é verdade, que sabemos muito mais acerca da luz e do calor do que sabemos acerca do sol? Em outras palavras, compreendemos muitas coisas concernentes às funções e operações do sol, ao passo que o próprio sol, em sua natureza e constituição essencial, continua sendo um mistério para nós. Ou, tome-se como exemplo a eletricidade. Aqui, novamente, sabemos muito mais acerca do seu uso do que sabemos acerca da sua própria natureza. Nada de insensato existe em utilizar-nos dos benefícios oferecidos pela eletricidade, embora não entendamos o próprio fenômeno da eletricidade… Há muitas leis que foram descobertas… Podemos saber muita coisa acerca dessas leis sem compreender a natureza essencial da própria eletricidade. Esse conhecimento, por exemplo, salva-nos do perigo de pormos a mão em contato com uma corrente… No terreno religioso e teológico dá-se quase o mesmo. O mistério da piedade continua sendo um mistério, e assim continuará para sempre… Mas não é esse o caso, no tocante aos efeitos, aos resultados e operações do Evangelho… (o qual) se caracteriza, acima de tudo mais… Por sua simplicidade essencial e por seu caráter direto… O Evangelho, por um lado, sempre deixou perplexos os maiores filósofos que o mundo já conheceu, mas, por outro lado, pode salvar até a uma criança.
Fonte: Cristo em Nós