Todos os que atendem ao convite da salvação pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, são estes que a Bíblia chama de eleitos de Deus.
Este trabalho rico da graça em favor dos eleitos se tornou possível porque Jesus Cristo os redimiu dos seus pecados com o Seu sangue, como Paulo afirma em Ef 1.7.
O texto de Romanos 8.28-30 nos ajuda a entender o modo desta eleição.
“E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.”
Este texto no diz que aqueles que amam a Deus têm todas as coisas concorrendo para o bem deles, porque tudo estará cooperando para o seu aperfeiçoamento espiritual em santidade, conforme o propósito da vocação deles por Deus.
Estes que agora amam a Deus não foram chamados porque O conheciam e O amavam antes da chamada deles, mas, porque Deus se revelou a eles, por meio de Jesus Cristo e do trabalho do Espírito Santo.
Assim, eles amam a Deus porque Ele os amou primeiro.
Além disso, é dito diretamente que esta chamada é segundo o propósito eterno de Deus de adotar como Seus filhos aqueles que dentre os pecadores viessem a Lhe amar.
Todos aqueles que têm sido diligentes para a santificação das suas vidas podem comprovar para si mesmos que têm de fato recebido a graça necessária para conhecer o mistério da vontade de Deus, segundo o Seu bom desejo que propusera em Cristo, para que na presente dispensação da plenitude dos tempos, que é a da graça ou do derramar do Espírito Santo em todas as nações, faça convergir em Cristo todas as coisas, quer as do céu, quer as da terra, de maneira que Ele tenha autoridade, tanto sobre os espíritos aperfeiçoados no céu, quanto sobre os que se encontram ainda na terra, como se vê em Ef 1.9,10.
Por causa da sua união com Cristo os cristãos têm recebido por promessa de Deus uma herança incorruptível no céu, e para terem a certeza de que serão herdeiros juntamente com Cristo, conforme Deus havia predestinado desde antes da fundação do mundo, para que assim fosse, conforme o conselho da Sua vontade, o Espírito Santo habita nos cristãos como um selo e penhor divino de que entrarão de fato na posse desta herança que eles alcançaram por causa da união deles com Cristo, como se vê em Ef 1.11 a 14.
O conselho da vontade de Deus é tudo aquilo que Ele tem planejado desde toda a eternidade conforme a Sua exclusiva autoridade e soberania.
Quanto à nossa salvação nós vemos em Hebreus 6.17 que este conselho é imutável.
Em Atos 2.23 nós vemos que Jesus foi entregue por nós conforme o conselho determinado e presciência de Deus. Em Atos 4.28 é dito que a perseguição de Herodes, de Pilatos e do povo contra a Igreja estava acontecendo conforme Deus havia predeterminado no Seu conselho eterno, porque Ele planejou que o evangelho avançaria em meio a perseguições e oposições, para que Ele receba muita glória nas vitórias sobre os poderes que se opõem à Sua santa vontade. Em Atos 20.27 nós vemos Paulo afirmando aos Efésios que não havia se esquivado de lhes anunciar todo o conselho de Deus.
A palavra boulê usada no original grego para conselho, no texto de Ef 1.11 é a mesma que é usada em todos estes demais textos, que acabamos de citar.
Então as ações contra a Igreja já estavam determinadas por Deus desde antes da fundação do mundo, como vemos em At 4.28, para a Sua exclusiva glória, pelo testemunho dos Seus servos no amor a Ele e à verdade, na medida em que teriam a fé deles aperfeiçoada por estas tribulações, que vêm aos cristãos como oposições de Satanás.
É declarado nas Escrituras quanto à salvação dos que creem em Cristo, que o caráter do decreto eterno é imutável, isto é, os que foram salvos, jamais poderão perder a condição de filhos de Deus porque foram marcados por um conselho que é imutável e absoluto quanto a isto.
De igual modo é também imutável o conselho quanto ao crescimento destes eleitos na graça e no conhecimento de Jesus, mas ele não é absoluto quanto à sua execução relativamente a todos os cristãos, porque este crescimento não dependerá somente da vontade de Deus, mas também do empenho e diligência de cada cristão em santificação.
Ainda que esteja determinado que todos eles serão perfeitos em santidade na glória, porque Deus é santo, e importa que Seus filhos sejam santos, no entanto, enquanto eles estiverem neste mundo se verá mais progresso em santidade em uns do que em outros. Haverá amor, demonstrado na prática por Deus, mais em uns do que em outros.
Mas todos devem crescer em estatura espiritual por um ato de escolha voluntária, porque não há amor e obediência verdadeiros que não sejam voluntários.
De modo que quanto maior for a obediência ao Senhor e aos Seus mandamentos, maior será o amor que teremos por Ele.
Todavia, isto implica a necessidade de cooperação com o trabalho do Espírito Santo para que haja o referido crescimento espiritual em amor.