Esta exortação apostólica: “procureis viver quietos”, é de suma importância e é proveitosa para diversos fins, apesar de ser tão negligenciada em nossos dias.
A palavra usada no original grego para “quietos” é encontrada em Lc 14.4; 23.56; At 11.18; 21.14, e tem também o significado de “ficar calado”; “apaziguar-se”; “descansar”; e “viver em paz” .
Nós precisamos estar tranquilos em nossas mentes e espíritos, porque de outra maneira não podemos reter a Palavra de Deus, que é aplicada em nossos corações pelo Espírito.
Por isso Satanás procura por todos os modos e meios inquietar a nossa mente, para que não tenhamos um comportamento pacífico e calmo.
A falta disto nos rouba a nossa própria felicidade e a de outros, e por isso deveríamos nos empenhar para sermos achados quietos e em paz.
Nós devemos aprender a aquietar a nossa mente, porque é na paciência que ganhamos a nossa alma.
Devemos cultivar uma atitude quieta em relação aos outros, e sermos submissos e moderados, buscando ter uma disposição calma e pacífica, não dada à discussão, contenda ou divisão, porque Satanás trabalha muito nisto, para produzir separações na Igreja e nos nossos lares.
Um comportamento calmo e pacífico é fundamental para que não nos intrometamos nos assuntos e negócios de outras pessoas, conforme Paulo continuou exortando os tessalonicenses na continuidade deste verso 11:
“procureis… tratar dos vossos próprios negócios”.
Mentes agitadas se intrometem nos assuntos e na vida de outros produzindo perturbações.
Por isso, a Bíblia recomenda muito o domínio próprio, a mansidão e o uso de palavras brandas, e condena toda forma de ira injustificada, palavras vãs e ásperas e tudo o mais que proceda de um mau temperamento não transformado pelo Espírito.
Como o fruto do Espírito é paz e mansidão (Gál 5.22,23), então nós podemos avaliar se a nossa pregação, adoração e tudo o que se refere à nossa devoção ao Senhor, tem procedido ou não do Espírito, pela aplicação do grande princípio espiritual que há neste mandamento “procurai viver quietos”, porque apesar de nos ser ordenado a alegria e o fervor em tudo o que fizermos para Deus, não é no entanto, compatível com isto um espírito intranquilo, iracundo, sem paz.
De modo que nos é ordenado que a paz de Cristo seja o árbitro constante do nosso coração (Col 3.15), de forma a sabermos que se estamos ou não ministrando e vivendo pelo Espírito de Deus, que é o mesmo espírito de Cristo, a saber, manso e humilde de coração.
Enquanto estivermos neste mundo seremos provocados de muitas maneiras por aqueles que usados, consciente ou ignorantemente por Satanás, agirão para furtar a paz que temos em Cristo. Assim, devemos estar armados em nosso pensamento, da disposição de tudo suportar por amor a Cristo, e até mesmo pelos nossos ofensores, pela aplicação do princípio de perdoar e amar os que nos ofendem. Isto se faz orando por eles, em vez de ficarmos ressentidos com as suas ofensas, diretas ou indiretas.
Estes dias em que vivemos, especialmente no meio urbano, são dias difíceis quanto a este particular. Pessoas incontáveis têm desrespeitado o direito do seu próximo de várias maneiras (uso de aparelhagem potente de som inclusive depois da chamada hora do silêncio, xingamento de autoridades constituídas – pais, governantes etc, uso abusivo de drogas, confrontos armados, enfim, tudo o que está direcionado pelas forças do mal para perturbar a paz).
Então, necessitamos permanecer firmes no Senhor da paz, quando não for possível fugir dessas fontes de tentação que podem turbar o nosso coração, e orar em favor da libertação desses que se encontram presos aos laços de Satanás para cumprirem os seus propósitos malignos.