Tirando os 3 bilhões de pessoas no mundo e que ainda não conhecem a Cristo, os demais, de fé cristã ou não,não são mais inocentes nos que se refere à Graça de Deus e a salvação ministrada através de Cristo na Cruz do calvário. No inicio da era Cristã, Sob o domínio Romano, os povos que viviam em Jerusalém e arredores esperavam um messias que viesse num cavalo branco, com uma espada na mão e cortando cabeças de soldados romanos.
De repente, aparece Jesus, filho de um carpinteiro, gerado no ventre de uma mulher comum, porém, bem aventurada e que também precisou ser salva por Ele, quando afirmou no seu canto: minha alma engrandece a Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador (Lucas 1:46;48), montado numa cria de jumenta, vindo de uma cidade pequena e desvalorizada, entrando em Jerusalém, pregando uma mensagem de perdão, paz e amor entre todos os povos, ensinando a amar os que nos odeiam e a orar por aqueles que nos perseguem e perdoar a todos que nos tem ofendido, curando enfermos e ressuscitando mortos.
Ele disse que, se alguém lhes obrigasse a caminhar uma milha, vá com ele duas (Mateus 5:41;42), se nos pedissem à capa, déssemos, também, a túnica(Mateus 5:40) e, se alguém nos batesse à face, que ofereceríamos a outra(Lucas 6:29). Quem quer crer num Deus assim? Quem estaria sujeito a viver um evangelho assim? Contrário a tudo que se prega e que almejam? Enquanto em muitas religiões ou seitas o seu deus pede que seus adeptos matem, torturem, se sacrifiquem ou morram em favor dele, o nosso Deus, mesmo Criador de todas as coisas, Senhor de todos os senhores, Deus de toda eternidade, deixa o esplendor de Sua glória, toma a forma de homem e habita em nosso meio, passando por todo tipo de tribulação e sofrimento e se entrega à morte e morte de cruz por mim, por você e por toda humanidade.
É um Amor inexplicável! Nosso pequeno entendimento não O pode compreender. Este Amor nos constrange e nos move a fazer o mesmo. Eu, particularmente, fujo de pregadores que se ufanam em suas pregações, batem com suas Bíblias pesadas à mesa, gritam em nome de Deus e pregam um evangelho de culpa e condenação, trazendo ainda mais dor e sofrimento àqueles que já carregam fardos pesados de pecados e seu distanciamento de Deus, intimidando-os com um “evangelho” de terror e medo de Deus, como se Deus fosse um velhinho barbudo, sentado num trono e dizendo: você vai pro céu, você ai vai pro inferno!
Ora, nem Jesus veio ao mundo para condená-lo, mas para que ele fosse salvo por Ele(João 3:17).
Nós todos e, indistintamente, ao contrário do que muitos pregam, ainda vivenciamos um período maravilhoso da Graça de Deus. Ela é como o sol que nasce todas as manhãs para bons e ruins, para justos e injustos e que nos dá a cada manhã a oportunidade de nos convertermos (mudarmos de direção) e revermos nossos conceitos e pré-conceitos sobre Deus, Sua palavra e Seu infinito Amor. Nós cristãos modernos precisamos entender melhor essa Graça, que não vem a nós porque merecemos ou porque somos “bonzinhos”, ela é um favor imerecido e está à disposição de todo aquele que se aproxima de Deus, através do Seu Filho Jesus, que não lança fora nenhum de nós, pecadores ou não(João 6:37).
A diferença de nós pecadores (porque todos somos e, se dissermos que não o somos, tornamo-nos mentirosos e a verdade de Deus não está em nós (João 1:1)) para aqueles que ainda estão na prática do pecado, está em sermos pecadores arrependidos, separados por Deus para o Seu propósito de santificação e, sem o qual ninguém verá a Deus (Hebreus 12:14). O arrependimento é a porta para o caminho de santificação a Deus. Porém, até para nos arrependermos, precisamos da intervenção de Deus, através do Seu Espírito Santo, agindo em nós e nos convencendo dos nossos pecados, da justiça e do juízo de Deus. De nós mesmos, das nossas vontades não sai nada, por isso, ao aceitarmos a Cristo, Ele passa a habitar em nós, através do Seu Espírito Santo e começa o processo de santificação. Como um “personal trainer” de Deus, Ele vai nos conduzindo a caminho da salvação, nos mostrando onde pisamos na boa, ensinando-nos a andarmos em santidade de vida.
Aquele que falava palavrão com facilidades, não consegue mais, aquele que mentia não mente mais e os que roubavam não o fazem mais. Neste processo de santificação, o Próprio Espírito de Deus vai testificando com o nosso espírito a nossa filiação com Deus(Romanos 8:16) e; conscientes de que somos filhos de Deus, herdeiros de Sua promessa e co-herdeiros com Cristo de Tudo que é Seu, passamos a amar as pessoas com amor de compaixão e misericórdia, olhamos para o pecador e não vemos mais o seu pecado, o Amor de Deus nos move a, mesmo abominando o pecado, amar o pecador. Com Este Verdadeiro Amor, que retira fora todo medo( 1ª João 4:18) e que encobre multidões de pecados abraçamos essas pessoas que, ao se sentirem amadas e não rejeitadas, passam a amar outras também e, juntos vamos cumprindo a ordem de Jesus, quando nos disse: Ide por todo mundo e fazei discípulos de todas as nações…( Mateus 28:19)…Fazer discípulos é diferente de fazer convertidos.
A igreja errou muito em, durante muitos anos, encher suas igrejas de convertidos, muitos até convencidos, mas não discípulos. O discípulo é aquele que conhece o Seu Senhor, que está na mesa com Ele e que tem em mente que o evangelho de Cristo consiste em “morrer” pra dar vida aos outros, ele está próximo do discipulado, sabe de suas dificuldades e lutas e o ajuda nesse processo, fazendo-o discipulador de outros. A igreja que entende isso, com certeza, está na visão do Reino de Deus e colherá bons frutos e frutos firmes que gerarão outros frutos a cem por um, tudo isso no UM A UM, no dia-a-dia.