É mais do que falarmos dos nossos pecados para Deus. Falamos de confissão de fé, de confissão religiosa, significando o compromisso que temos feito com Deus segundo a Sua Palavra.
Confissão vem do grego homologia, onde homo significa igual, o mesmo, semelhante; e logos, palavra, fala, dizer.
Assim, entendemos que confissão em relação a Deus, significa falar o mesmo que Deus fala, ou seja, estar concorde com tudo o que Ele tem proferido a nosso respeito.
Daí, que chamamos de confissão o ato de alguém dizer a Deus tudo o que fez de errado, porque está sendo verdadeiro em concordar com Ele, e reconhecer tudo que tem definido como pecado, por ser contrário à Sua vontade.
Considere-se, entretanto, que não poderíamos chamar de confissão, o simples ato de se dizer o mal que praticamos, porque também deve ser levado em conta o motivo e o sentimento com que o fazemos, pois alguém poderia dizer-Lhe o mal que tem feito até mesmo como forma de afronta.
Espera-se então que, para que seja verdadeira confissão, ela seja acompanhada do sentimento de contrição, arrependimento, culpa, humildade, e o desejo de ser perdoado, pois é isto que corresponde à verdade do que devemos sentir e expressar do ponto de vista de Deus, quanto aos erros que praticamos.
Afinal o próprio Espírito Santo se entristece quando pecamos; logo, concordar com Deus significa que se ache em nós o mesmo sentimento de tristeza quando pecamos, porque nisto há concordância.
Somente o que é justo e verdadeiro deve ser motivo para honra e alegria, mas tudo o que é falso e maligno deve ser motivo para tristeza, vergonha, e arrependimento.
Então, indo além com o conceito relativo à palavra, como nos expressamos no início, a confissão deve englobar também nossos motivos de alegria pelas boas obras que praticamos e pelos avanços que fazemos em santificação, sobretudo pelos benefícios que recebemos da parte de Deus, e nossa alegria por sermos aceitos por Ele em Jesus Cristo.
Qual pai prefere que o filho lhe procure somente para expressar a vergonha que sente perante ele pelos males que tem praticado? Antes, não é todo o seu prazer que o filho converse com sobre aquilo que tem feito de bom?
Assim também se dá em relação ao nosso Pai divino, pois tem grande prazer na justiça e na verdade.
Afinal, a palavra homologar, de onde vem confissão, possui dentre outros os seguintes significados: concordar, confirmar, legitimar, ratificar, aprovar, aceitar, admitir, aplaudir, apoiar, assentir, autorizar, consentir, gostar, outorgar, permitir, sancionar, simpatizar, subscrever, assegurar e certificar.
Trata-se, portanto de estar em concordância com Deus, em ser confirmado por Ele, legitimado, ratificado, aprovado, aceito, admitido, aplaudido, apoiado, etc.
Veja que é muito mais do que dizer-Lhe o que temos feito de errado. Não está em foco o mero ato de se abrir a boca e falar algo, mas a busca de uma posição em que estejamos concordes com Ele, não apenas aceitando tudo o que tem dito sobre o comportamento que nos convém ter perante Ele e todos os homens, mas buscando colocá-lo em prática.
Assim, há também este elemento dinâmico na confissão que nos conduzirá a buscar a posição em que devemos ser achados, para termos por assim dizer, a homologação desejada; como quem pleiteia por algo e se esforça por atender aos termos propostos pela outra parte para que seja sancionado, legitimado, ratificado, aprovado e aceito o seu pleito.
Com isto, podemos chamar de boa confissão, o testemunho que damos da verdade com nossas vidas, pela aceitação e prática da sã doutrina, conforme pode ser visto em várias passagens bíblicas, como as que destacamos a seguir.
Pr Silvio Dutra