O que é anticristo? A Bíblia é enfática em afirmar que tudo o que se opõe a Cristo, que se levanta contra Ele, que o persegue e o destrona é anticristo, seja pessoa, sistema, governo, ideologia, enfim qualquer coisa que resiste à Sua palavra.
De forma até um pouco apaixonada, entende-se por anticristo somente aquele homem que está previsto pela Bíblia de ser o representante máximo da classe. Mas, no passado já tivemos anticristos ( e muitos) como o temos no presente. Em termos de maldade e personificação do mal, o que existiram e existem são uma sombra daquele que há de vir. Mas são ou foram anticristos também.
Nero, Domiciano, Trajano e Diocleciano na era dos imperadores; Hitler, Mussolini, Sadam Hussein e ditaduras comunistas num passado próximo e todos os governos islâmicos, atualmente. Todos, sem exceção, são anticristos. Essas são, a meu ver, formas clássicas do sistema contra Cristo.
Entretanto, há uma forma bem mais astuta, que é a que vemos dentro de muitas de nossas igrejas através de claras doutrinas de demônios e heresias de todos os tipos.
Ao contrário da clássica que busca eliminar fisicamente os cristãos, a segunda opta por eliminar a fé bíblica em Jesus. A espiritualidade, conforme a Bíblia, que é perseguida. Criam-se deuses através de um sincretismo descarado, de um paganismo ultra explorado para arregimentar ainda mais fiéis. A primeira busca eliminar todo o tipo de manifestação do cristianismo. A segunda, no entanto, permite construções de templos, influência na mídia, na política, mas a uma vida transformada pela verdade do evangelho – que é o que realmente importa – é desprezada.
O que isso gera? Religiosidades das mais absurdas. Gera engano também porque muitos são tentados a ver essa religiosidade como o mover de Deus sobre a nação, quando, na verdade, sem que se perceba, Deus está a anos-luz de distancia desse movimento. Esse ambiente é propício para o crescimento de uma igreja doente, sem profundidade de fé, sem o conhecimento exigido pela Palavra na Pessoa e Obra de Jesus; grande em número – até nos gabamos do crescimento evangélico no Brasil – mas pequena em comunhão com Deus.
Até fala-se nele, mas conhecê-lo, segui-lo é outra história.
Isso tudo é anticristianismo (perdoe-me o neologismo) puro e simples, parafraseando o grande pensador e escritor cristão C. S. Lewis em seu livro Cristianismo puro e simples. Esse movimento não exalta Cristo, não é guiado por Ele porque não se rende a Ele. Ao contrário, é contra Ele, se opõe a Ele porque gera uma multidão de pessoas ignorantes quanto sua ruína e necessidade de regeneração por meio de Sua obra. Se compararmos com a forma clássica de anticristianismo, esse, sem dúvida é pior e mais agressivo porque permite a existência da igreja apenas externamente, com seus templos, dinheiro, poder, influência, mas por dentro, nos relacionamentos, e no conhecimento de Cristo, a mata. Históricamente falando, esses tipos de desvios da igreja é muito comum em ambientes favoráveis ao exercício da fé cristã. Parece que a Igreja nunca soube lidar com os ventos soprando a favor.
Mas, o que precisamos é de pessoas que saibam identificar essa distorção em nosso meio. Que cada membro, em cada igreja, aprenda o verdadeiro cristianismo e o viva, o pratique. Para isso, é essencial a liberdade de atuação e controle do Espírito Santo sobre a Igreja, pois é ele o responsável por um cristianismo verdadeiro. Com isso, impérios anticristãos da atualidade irão ruir, pois pessoas que se alimentam deles tornar-se-ão escassas. Com isso, teremos uma igreja que ama seu Noivo, que é preenchida e guiada por Seu Espírito, que dispensa rituais loucos porque é verdadeiramente liberta pelo Filho de Deus. Uma igreja que ama, estuda e pratica Sua Palavra. Enfim, uma igreja vivendo o cristianismo puro e simples.
No Amado,