A questão da vida eterna é muitas vezes respondida pelo sentido de alarme de grande perigo que se corre com o estilo de vida assumido.
Paradoxalmente, o que aparenta ser uma enorme vantagem para a salvação da alma, para a maior parte da humanidade, que vive de forma honesta e ordeira, pode vir a ser um terrível impedimento para tal propósito, quando se faz da justiça própria o meio para alcançá-lo.
Há de se viver de tal forma, mas não colocando nisto a nossa confiança para sermos salvos, porque é aí onde reside o perigo.
Por isso Jesus disse que meretrizes e ladrões precediam os escribas e fariseus no reino de Deus, porque haviam crido no evangelho; enquanto eles não se arrependeram e nem creram quando ouviram a pregação da verdade (Mateus 21.31,32).
O que Jesus quis ensinar é que o modo de vida pecaminoso das meretrizes e dos ladrões era uma evidência marcante para eles, da necessidade de arrependimento e conversão.
Por isso se achavam, potencialmente, em relação aos escribas e fariseus, em melhores condições de entrarem no reino de Deus.
Eis então denunciado pelo Senhor o grande perigo da justiça própria e da acomodação ao estilo de vida que é aparentemente justo, mas que não possui a única Justiça que pode satisfazer à exigência de Deus, que passa pela nossa conversão a Cristo.