“…e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.” (Romanos 5.11)
Vocês percebem, queridos amigos, ao ler este versículo, o “não apenas isto” e o “também”. E, se você olhar para trás para os versos iniciais do capítulo, você verá que há um contínuo aumento, como de um subir uma escada de ouro. Você recebe um “também”, e um “e não somente isso” e depois de uma longa sucessão de realizações cristãs crescentes que se seguem umas às outras não exatamente em ordem – “a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança, e a esperança faz com que não se envergonhe “, e assim por diante, a partir de tudo o que parece claramente que a vida cristã é um progresso contínuo. Seria de fato sem interrupção se fôssemos mais cuidadosos e vivêssemos mais perto de Deus. Gostaríamos de avançar constantemente de nossa infância espiritual e juventude e idade adulta até que nos tornássemos pais em Cristo e, no por vir, homens perfeitos em Cristo Jesus, depois de ter atingido a plenitude da estatura de homens em Cristo. Receio que nós, às vezes, infelizmente, dificultamos o progresso por nossa falta de oração e nossa negligência de comunhão com Deus. Ainda assim, isto é o que a verdadeira vida cristã deve ser, um contínuo ir de vento em popa até que nós, cada um de nós, compareça diante de Deus, na Sião celestial.
Que cada cristão se pergunte o quanto tem experimento disto. É de recear que há alguns que, depois de muitos anos de profissão cristã, não são mais santos, ou mais fortes na fé, ou mais cheios de sabedoria do que eram há 20 anos atrás! Alguns cristãos parecem ser como os filhos de Israel no deserto, eles vão para a frente e para trás, o caminho é muito intrincado e eles fazem progresso em direção à Canaã celestial, mas de modo lento. Vamos, amados, trabalhar para crescer na graça! Vamos clamar a Deus para que possamos crescer. Não vamos ficar satisfeitos com o que já alcançamos, mas sintamos sempre um desejo insaciável de adquirir mais e mais das coisas boas do pacto da graça, para que possamos ter todas as coisas e de forma abundante, já que todas as coisas são providas parar nós em Cristo Jesus, nosso Senhor!
Mas eu quero, agora, trazer esse pensamento, especialmente sob a observação de jovens iniciantes na Graça, porque eu estou prestes a falar de uma experiência que mais pertence ao cristão maduro, do que ao cristão recém-convertido, e pode ser que eu cause problemas de coração a alguns dos pequeninos da família do Senhor enquanto eu falar do que é mais comumente apreciado pelos maiores e mais fortes. Eu não quero fazer isso, mas muito pelo contrário. Você, caro amigo, que foi recentemente levado a Cristo, não deve julgar e condenar a si mesmo se você ainda não consegue fazer isso que vou falar, e se não possui ainda todas as graças que pertencem ao santo mais amadurecido. Ninguém pensaria em condenar uma criança de três anos porque ela não estava com a altura de um adulto! Ninguém poderia culpá-la.
Se, portanto, eu falo neste momento sobre uma alta e nobre alegria que você ainda não provou, busque isto – e vá pelo caminho correto para ganhá-la, mas não comecem a dizer:
“Eu não conheço esta alegria, e portanto, eu não sou filho de Deus. Eu não tenho participado desse prazer e, portanto, eu não posso ser um cristão sincero em Jesus.” Se você fizer isso, você estará agindo muito imprudentemente, você estará agindo em relação a si mesmo de uma maneira em que um pai não iria pensar em agir em relação ao seu próprio filho! A vida cristã é uma vida de progresso – ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas nós estamos indo para a frente e para cima, e esperamos continuar fazendo isso até que vejamos o rosto daquele que amamos! E, em seguida, “seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é”.
A segunda observação que eu quero fazer é que a vida cristã tem suas próprias alegrias peculiares. Se você olhar para o quinto capítulo de Romanos, do qual nosso texto é tomado, você vai ver que ele começa com alegria – “Portanto, sendo justificados pela fé, temos paz com Deus.” Essa é uma corrente que flui sem problemas, insondável e cheia de infinita doçura! Eu não sei, se eu tivesse a minha escolha sobre o estado de coração no qual eu gostaria de estar entre aqui e o céu, se eu não preferiria paz contínua em vez de qualquer outra condição de espírito. É uma coisa abençoada, às vezes, subir ao alto, com asas de águias, e parecer brincar com o jovem relâmpago que está em casa com o sol!
É uma grande coisa a de se experimentar ainda aqui a presença de Deus e sentir que a Terra se tornou um pouco do céu! Mas eu vejo isto como estado extasiado que é frequentemente seguido por depressão profunda. Elias corre atrás da carruagem do rei Acabe, mas na manhã seguinte, ele foge de uma mulher e pede que ele possa morrer. Nossos grandes “altos” não estão muito longe igualmente dos grandes “baixos”. Subimos as montanhas e depois deslizamos para baixo dos penhascos. Descemos para o Vale da Humilhação logo depois estamos nos topos das colinas de Comunhão. Se alguém pudesse sempre apenas estar calmo e em paz, isto seria melhor.
Em seguida, no segundo verso, o apóstolo diz, “Nós nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” Isso não é pouca alegria, de estar sempre à espera de Sua vinda na qual seremos feitos reis e, como o resultado dessa paixão seremos feitos sacerdotes, esperando contemplá-Lo aqui, e então, procurando a revelação da Glória quando estaremos “para sempre com o Senhor.” Oh, temos uma grande alegria sempre que pensamos no Céu! Sentar-se e meditar nas passagens das Escrituras que se relacionam com ele. Pense na comunhão dos santos que desfrutam, especialmente, da visão beatífica do Seu rosto “quem, não havendo visto, amais, no qual, sem agora vê-lo, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória.” O que deve ser estar lá? Nós não podemos dizer neste momento, mas o Apóstolo diz, “Nós nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” E assim fazemos!
Em seguida, no terceiro verso, ele nos fala de outra alegria que os mundanos certamente nunca provaram. “Não somente isso, mas também nos gloriamos nas tribulações,”. Há uma doçura secreta no veneno e fel de nossas provações diárias, uma espécie de inefável, indizível, alegria indescritível, mas claramente experimentada na tristeza e felicidade na desgraça! Ó amigos, eu acho que os momentos mais felizes que eu já conheci aconteceram apenas após as dores mais agudas que eu já senti. Como a flor genciana azul cresce apenas em cima da borda da geleira alpina, assim, também, as alegrias extraordinárias, azul-matizadas com a luz do Céu, crescem fortemente pelo mais severo dos nossos problemas, a muito mais doce e melhor de nossas delícias.
Em seguida, o apóstolo nos diz, em nosso texto, que temos outra alegria, que eu agora vou dizer, “nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo.” Não deixe o coração de ninguém falhar quando ele ouve a experiência das pessoas que foram provadas por Deus! É verdade que temos problemas peculiares ao estado peculiar de cristão – há algumas dores que não são conhecidas fora da família de Deus. Esses problemas são muito abençoados, fornecendo saúde, purificando dores e não gostaríamos de ficar sem eles!
Mas, ainda assim, às vezes eles são muito profundos e parte o coração ao meio. Independentemente de ser esse o caso – e eu admito que é assim – nós também temos algumas alegrias peculiares que os outros não percebem. Há frutos no armazém de Deus que nenhuma boca já provou até que tenha sido lavado pela Palavra e pelo Espírito de Deus. Há coisas secretas que não são vistas pelos olhos humanos, por mais iluminados pelo conhecimento, até que aqueles olhos sejam tocados com o colírio do Céu que lhe permite olhar e ainda continuar a viver – olhar para a glória e não ser cegado pela visão maravilhosa! Venham, então, vocês que são tentados por alegrias mundanas, e vejam onde a verdadeira alegria está para ser achada! Afaste-se desta Jezabel pintada – ela irá zombar de você e enganá-lo.
“Alegrias sólidas e tesouro duradouro, ninguém além dos filhos de Sião conhece.” Se vocês, jovens, derem seus corações a Cristo, vocês não devem pensar que chegaram ao fim de seus prazeres – mas vocês começaram a tê-los. Não obstante as tentações de uma vida crente, os caminhos da sabedoria “são caminhos de delícias, e todas as suas veredas são paz.”
Agora, chegando mais de perto com o texto, eu vou responder a três perguntas. Primeiro, o que é a alegria em Deus? Em segundo lugar, como esta é a evidência da reconciliação? “Nós nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora temos recebido a reconciliação.” E, em terceiro lugar, porque é que esta alegria é por meio de nosso Senhor Jesus Cristo?
I. Primeiro, então, o que é a alegria em Deus?
Agora, “O que é a alegria em Deus?” Não posso fazer mais do que roçar a superfície do assunto, mas eu sei que há, para o cristão, a alegria, primeiro, no fato de que há um Deus. Para o ímpio, seria um grande prazer se pudesse ser provado que Deus não existe. Quando ele pensa sobre os grandes problemas que dizem respeito a seu próprio estado, ele está preocupado com o pensamento de Deus, porque, se há um Deus, então o pecado deve ser castigado. Se existe um Deus, então uma vida passada na negligência pode implicar, de alguma forma ou de outra, castigo e tristeza. O mundano ficaria feliz se ele pudesse estar completamente bem certo de que a ideia de Deus é “um mero pesadelo de sacerdotes para manter os homens em terror”, como dizem alguns.
Há uma coisa dentro do homem que lhe faz sentir e saber que o mundo deve ter tido um Criador. Se ele está tão cheio de inteligência, Alguém, por sua inteligência superior a toda a inteligência da humanidade, deve ter feito isso, e o homem fica preocupado quando ele se lembra de que ele viveu tantos anos e ainda se esqueceu do seu Criador e quebrou as suas leis.
Mas o filho de Deus, o homem regenerado que sente dentro de si a natureza de Deus e de parentesco para com o Altíssimo, não poderia suportar a ideia de não haver Deus. Temos prazer em saber que existe um Deus e que Deus está em toda parte. Nossas maiores alegrias são experimentadas quando estamos em Sua Presença mais imediata! E se alguma vez fizemos qualquer coisa que não deveríamos fazer, se estamos conscientes da Sua presença, sabemos que é errado, e temos que lamentar por isso. Mas quando vivemos diante dele. Quando andamos verdadeiramente com Deus, então nós viveremos como Enoque, que “alcançou testemunho de que agradara a Deus.”
Então experimentamos a forma mais verdadeira de felicidade e alegria. Assim, em primeiro lugar, temos alegria no próprio fato de que existe um Deus.
Mas temos alegria, acima de tudo, no conhecimento de que esse Deus eterno se tornou nosso Pai. Nós não temos nenhuma alegria na paternidade universal relativa à criação, que é uma coisa que pertence tanto aos cães e gatos como a nós, pois eles são tão verdadeiramente criados por Deus como nós somos! E esse tipo de paternidade, de que eu ouço as pessoas falarem, é a porção de quem blasfema de Deus e vive em rebelião total contra ele. Não é o que o Apóstolo escreveu: “Se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo”. Senhores, até que Deus renove a nossa natureza, somos filhos do maligno, e não filhos do Altíssimo! Nem temos o direito de falar sobre a paternidade de Deus porque “precisamos nascer de novo” e só quando nascemos de novo e cremos em Cristo, somos filhos de Deus, pois “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder”, o direito, ou privilégio, para se tornarem filhos de Deus, aos que creem no seu nome: que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (I João 1). Assim a paternidade vem do espírito de adoção dentro de nós, porque nascemos na família de Deus – nisto podemos de fato nos alegrarmos!
Eu já disse antes que o velho pregador galês respondeu quando seu amigo lhe disse: “Enquanto você estava pregando, nesta manhã, você tinha o sorriso de Deus repousando sobre você!” “Sim”, ele respondeu: “Meu querido irmão, eu espero que sim, porque se eu não tivesse a luz do semblante de Deus, eu iria falar bem dEle pelas costas.” Assim sucede, quando não temos o Senhor sorrindo sobre nós, porque falaremos bem dEle pelas costas.
Quando atingirmos este ponto, sob a orientação do Espírito Santo, regozijemo-nos em todos os atributos de Deus.
Receio que, nestes dias, muitos estão ocupados tentando construir um deus para si, como eles pensam que Deus deve ser e que, geralmente, acontece que eles moldam um deus parecido com eles, porque isto que é dito pelo salmista em relação aos ídolos e seus fabricantes ainda é verdadeiro: “Aqueles que os fazem são iguais a eles, assim são todos aqueles que neles confiam.” Estes fabricantes modernos de deuses tornaram-se cegos, porque eles são, eles mesmos (os ídolos), cegos e surdos, e assim eles são porque estão espiritualmente mortos. Não, amados, não há Deus além do revelado nas Sagradas Escrituras, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! Deus só pode ser visto em sua própria luz. Ele deve ser o seu próprio Revelador e nenhum homem pode conhecer a Deus exceto quando Deus se revelar a ele.
Creio que muitos de nós podemos dizer que nós nos gloriamos em Deus como O encontramos nas Escrituras. Alegremo-nos nele como perfeitamente santo. A santidade de Deus é um atributo que pode muito bem nos encher de admiração.
Confio também, queridos amigos, que podemos nos gloriar em Deus quanto à Sua justiça. A justiça de Deus faz com que os homens tenham medo dEle até que se tornem Seus filhos. Há alguns, hoje, que fingem pregar o Evangelho, mas que realmente estão pregando “outro evangelho que não é outro.” E eles tentam expor a pequenez do pecado e, assim, a justiça de Deus, parece ser ignorada por eles! Mas o nosso Deus é terrível em Sua justiça e Ele, de maneira nenhuma, inocenta o culpado e a consciência diz isto a cada pessoa. Mas o crente em Jesus, quando ele vê o que Deus fez, que a justiça pode ser satisfeita e que o amor pode fluir livremente para os indignos, quando ele contempla a Cristo crucificado, o grande Pai perfurando seu Filho com afiada dor para que Ele pudesse remover com justiça o pecado do seu povo – então ele vem a se deleitar na justiça de Deus! Em vez de ameaçá-lo, a justiça de Deus torna-se o guardião da sua salvação como uma espada desembainhada para protegê-lo da condenação! Feliz é o homem que pode dizer de todos os atributos de Deus, que ele os adora.
Caríssimos irmãos e irmãs, que alegria abençoada e transcendente é essa alegria no Senhor!
Que misericórdia é que quando não podemos nos alegrar em nada mais, podemos nos gloriarmos em Deus! Podemos nos alegria em seu poder, pois Ele pode nos ajudar. Podemos nos alegrar na Sua fidelidade, pois Ele não nos pode falhar. Podemos nos alegrar em sua imutabilidade, pois Ele não muda e, portanto, não somos consumidos. Podemos nos alegrar em cada pensamento que temos sobre Ele, porque observado a partir de qualquer ponto de vista, Ele é a alegria do seu povo!
Agora, querido amigo, que pode não ter chegado ainda a este ponto, que o Senhor lhe traga conforto, você não vai se alegrar neles tanto quanto nAquele que o traz? Portanto alegre-se sempre em Deus.
Então eu acho que nós também aprendemos a nos alegrar nas ordenanças de Deus para nós em todos os Seus ensinamentos. Em tudo o que Ele nos diz e em tudo o que Ele nos revela quanto ao mundo vindouro, aprendemos a ter alegria em Deus. Assim, como eu lhe disse, eu tenho apenas tocado a superfície deste grande tema. Oro ao Espírito Santo para lhe revelar tudo o que há na Santíssima Trindade, em quem podemos nos alegrar. Este Deus é o nosso Deus e Ele disse: “Deleita-te também no Senhor, e Ele te concederá os desejos do teu coração.”
II. Vejamos agora como esta alegria é a evidência da nossa reconciliação com Deus
Deve ficar claro para você que qualquer pessoa que pode verdadeiramente se alegrar em Deus é porque está reconciliada com Ele. Se eu amo a Deus, eu posso ter certeza de que Ele há muito tempo me amava. Mas uma das mais gloriosas evidências de um homem estar reconciliado com Deus é quando ele se alegra em Deus!
Suponha que ele se torna obediente a determinados preceitos exteriores que ele pode cumprir e ainda estar muito triste porque ele tem que ser obediente a eles?
Suponha que ele comece a se arrepender e a clamar ao pensar que ele pecou – ele pode fazer isso e ainda pode haver em seu coração o desejo de que ele pudesse estar cheio de pecado, sem medo de punição. Mas quando um homem pensa: “Não há ninguém no mundo que eu ame, como eu amo a Deus. Não há ninguém que eu adore, como eu adoro o Senhor. Por Ele eu viveria, por Ele eu morreria. Ele é tudo para mim. Ele é a fonte da minha felicidade e a fonte de todas as minhas alegrias”, por isso, este homem está perfeitamente reconciliado com Deus! Você pode ver que a inimizade que havia em relação a Deus em seu coração, antes da sua reconciliação, está morta. Você pode ver que agora os propósitos de Deus são seus propósitos e os desejos de Deus são os seus desejos. Aquilo que Deus odeia, este homem odeia. Aquilo que Deus ama, este homem ama. Você pode ver que ele está perfeitamente reconciliado com Deus, porque ele se alegra em Deus!
A dificuldade nunca foi sobre como reconciliar Deus ao pecador, mas como reconciliar os pecadores com Deus. O Senhor Jesus Cristo fez perfeitamente o que permite que Deus, com justiça, possa manifestar misericórdia para com o culpado. Isso é feito, você pode tomar isso como garantido.
III. Minha última pergunta é: por que se diz que essa alegria é por meio de nosso Senhor Jesus Cristo?
Em primeiro lugar, porque é através dele que recebemos esta reconciliação. Nenhum homem pode se alegrar em um Deus inconformado. Enquanto você olhar para Deus e vê-lo obrigado, pela justiça de Sua natureza, a puni-lo pelo seu pecado, você não pode se deleitar com Ele, porque você está cheio de medo e desânimo. Mas quando você vê Cristo fazendo uma expiação completa para o pecado. Quando você sabe porque tem crido nEle, você tem a evidência plena de que Ele fez expiação pelos seus pecados, em particular, e os lançou fora, então você sente que está reconciliado com Deus. Deus, aparte de Cristo, deve ser o objeto de temor para os culpados, mas Deus, em Cristo Jesus, sobre o trono com o Pacto do arco-íris ao redor dEle, torna-se a nossa alegria e prazer!
Eu acredito que no mundo em geral os homens falam muito mais sobre Deus do que sobre Jesus Cristo. Pelo menos, eles falam “Providência” e sobre o “Todo-Poderoso”, e assim por diante. E há alguns que dizem: “Sim, Deus é bom. Ele tem sido muito bom para mim.” E na linguagem comum você ouve muito sobre Deus. Mas, não se pode conhecer a Deus até que o vejamos revelado por Jesus Cristo, o grande sacrifício pelo pecado. “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” Ninguém vem ao Pai, senão por Cristo. Aquele que tem visto a Cristo tem visto o Pai, mas aquele que não conhece a Deus, não conhece a Cristo, apesar de falar frequentemente sobre Ele.
Podemos nos gloriarmos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo. Não há nenhuma alegria em Deus, senão quando vemos Jesus Cristo intimamente unidos com Ele. Não tentemos ir a Deus por qualquer outra forma senão através desta porta de ouro do grande sacrifício redentor do seu Senhor!
Talvez, ao sair deste lugar de adoração, quando chegar à sua porta haverá uma má notícia para você. Se assim for, ainda se alegre em Deus. Possivelmente quando você chegar em casa, haverá um marido ímpio, lá, e não paz ou conforto na casa – ainda assim se alegre em Deus! Talvez quando você se sentar para sua refeição da noite pode surgir a pergunta: “Onde será que a próxima pode ser encontrada?” Ainda assim se alegre em Deus. Diga, com o profeta Habacuque: ” Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação.”
Se você não tem, entre aqui e o Céu, qualquer fonte de alegria, mas o seu Deus, ela estará com você como a rocha que foi ferida no deserto e o fluxo de água seguiu Israel através de todas as suas jornadas! Mas se você tem tudo que o coração poderia desejar e ainda não tem alegria em Deus, você não provou o que é a verdadeira alegria. Mas se você conseguir apenas um gole da verdadeira alegria em Deus, você será animado e confortado de uma maneira que os mundanos não conseguem entender! Gostaria que alguns de vocês viessem e confiassem no Senhor. Você não pode ter alegria nEle até ter confiado nEle. Mas se você confiar em Jesus como seu Salvador, você deve ir para a frente, passo a passo, até mesmo o próprio Deus será um prazer infinito para todos os seus pensamentos! Deus lhe abençoe, por amor de Cristo! Amém.
Tradução, adaptação e redução do sermão de nº 2550 de Charles Haddon Spurgeon, elaboradas pelo Pr Silvio Dutra.