O pátio do tabernáculo de Moshe-Moisés é um lugar descoberto, é nosso primeiro passo, o início de uma linda caminhada. Neste tempo, o homem está sujeito às intempéries, ao vento, areia nos olhos, sol escaldante. É neste local que acontece o ritual de passagem de uma vida de escravidão para uma vida de liberdade para servir à Elohim: Páscoa-Pessach. É no pátio que o homem apresentará o sacrifício inicial no altar, experiência que visa fortalecê-lo, rumo a uma nova e profunda experiência, um novo nível em sua caminhada: O Lugar Santo. Aqui não será possível entrar antes da purificação na água. Observe que existe a pia com água à entrada deste local. O homem ao acessar esta bacia poderá ver-se através dela, pois ela é composta de espelhos em seu fundo. Após a purificação (o batismo de purificação na água que João pregava já era uma prática conhecida entre os hebreus, o que reforça que Yeshua não fundou uma nova religião, mas aprofundou o relacionamento do homem com Elohim), o homem então adentra neste local, local agora coberto por várias camadas de panos, proteção de peles de carneiros e de animais marinhos, dando a ele proteção e privacidade necessária a este novo caminhar.
Neste local, o Lugar Santo, é onde se encontra a Menorah, castiçal todo de ouro maciço próprio para iluminação. Conta-se que a chama deste castiçal jamais se apagava, o sacerdote todos os dias transportava a chama central (este castiçal era de sete braços), para os demais braços em que a chama já havia se apagado, porém a central não se apagava. A famosa Festa das Luzes, a Chanukah, têm sua origem na restauração do templo de Jerusalém por Judas Macabeu, que ao expulsar os gregos que profanavam o templo com imagens e imundícies, decidiu por acender a Menorah. O problema é que não havia óleo consagrado suficiente para mantê-las acesas até que se aprontassem novas porções de óleo. Mesmo assim a Menorah foi acesa e o milagre aconteceu: foram incríveis oito dias (quando o óleo era suficiente apenas para dois ou no máximo três dias) de luz e quando o óleo ficou pronto o serviço da Menorah pode ser realizado normalmente. Este lugar nos prepara para vivermos o Sopro Sagrado (Espírito Santo).
O Sopro Sagrado nos dá a nítida noção de Elohim soprando sobre nós algo tremendo, direto de Sua boca, assim como foi em Pentecostes, a festa da colheita…tempo de colher frutos do aprendizado vivido no início de nossa caminhada, lá no pátio, lá na páscoa, após os primeiros frutos (primícias). Estamos agora mais maduros, mais responsáveis pelo Reino de Elohim, continuamos caminhando, agora rumo ao Santíssimo Lugar. Aí está a Arca da Aliança, a presença de Elohim! Sobre ela o Senhor vinha falar com Moisés, já pensou?! Mas a Arca não pode ser transportada de qualquer maneira. Certa vez Uzá e Aiô tocaram a Arca com as mãos, pois ela estava sendo carregada inadequadamente por carros e cavalos e não pelos Levitas e então uma tragédia aconteceu. Quando estamos neste local nossa responsabilidade aumenta. No pátio, quando clamávamos que no Egito havia carne, o Senhor tolerava nossa murmuração e rebeldia – éramos crianças, recém libertos – Ele nos dava codornizes para comer, transformava a água amarga em água doce, nos dava água da Rocha, mas depois de passar por Pentecostes não há desculpa, somos maduros, recebemos o Sopro Sagrado sobre nós, estamos colhendo fartamente deste relacionamento novo e enriquecedor, não dá para murmurar, preferir o Egito, nem pôr a mão na Arca, não dá para apresentar fogo estranho, não dá para mentir para o Senhor (Ananias e Safira) estamos rumando para o Lugar Santíssimo, para a festa de Tabernáculos, que aliás é em Jerusalém (Zc 14:16-18)! Esta festa não é em Roma ou na Grécia, ela é em Israel, para onde devemos ir depois de passarmos pela maturidade espiritual e entendermos sobre o corpo do Senhor: As tribos reunificadas em Jeremias 31 por Yeshua – Israel.
Devemos compreender que podemos e até devemos desejar ir à Jerusalém viver a experiência desta festa, porém, Elohim nos remete a posicionarmos nosso espírito, nosso amor e interseção por Israel, por Jerusalém, e os céus estarão se movendo em favor da restauração de todas as coisas preditas pelos profetas (At 3:19-21): a Teshuvah (o retorno) deste tempo profético onde a casa de Judá será reunificada à casa antes dispersa e assimilada pelos pagãos: casa de Israel. Como nos tempos anteriores, onde o louvor e a adoração no tabernáculo de Davi era responsável por esta união em torno da Arca, agora este movimento regido por Yeshua será responsável pela reedificação do tabernáculo caído de Davi, com o objetivo de, através da adoração reunificar a casa de Judá com a casa de Israel – o Efraim disperso, as ovelhas dispersas da casa de Israel, à quem Yeshua veio reunir em sua primeira vinda: Você e eu!!!
Baruch Ha SHEM! Bendito é O NOME!
Por Marcelo Munerato. – Ami Israel-Curitiba/PR
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