A Igreja vive uma expansão jamais vista em sua história, mas o que era para se motivo de comemoração, no entanto é motivo de lamento e choro daqueles que conseguem ver além das estatísticas favoráveis.
Grande parte do dito crescimento da Igreja deve-se ao fato da divisão e dissensão do corpo de cristo que mais parece um cadáver dissecado e mutilado, exposto em um laboratório do curso de medicina de uma universidade qualquer rodeado por um grupo de alunos tentando entender a complexidade e a origem de sua matéria.
O grande boom da Igreja é originado na verdade da incompatibilidade de pensamentos e do argumento de que “como poderão andar dois juntos se não houver acordo” lançando mão de uma verdade bíblica para justificar a falta de amor, unidade, o excesso de egoísmo e orgulho que impossibilita a formação de alicerces geometricamente perfeitos formados por pedras vivas, mas diferentes (I Pedro 2:4), e que certamente nos faria um como Ele foi um com o Pai e faria com que este mundo já tivesse sido conquistado (João 17:21)!
As grandes “denominações” “evangélicas” surgiram de divisões que deixaram marcas profundas e rusgas incontornáveis dentre os “cabeças” das debandadas em massa do ministério “X” para o ministério “Y”.
A verdade é que crescemos, e quando crescemos, tornamo-nos julgadores implacáveis dos “pseudo-sistemas” nos quais vivemos boa parte de nossa vida cristã e que em determinado momento tornam-se um sistema falido, religioso e distante da “verdade” que lançamos mão para nos auto-intitulamos “libertadores de uma geração insatisfeita”.
Mas este pseudo-sistema não é mais útil? Qual a nova verdade que recebemos que nunca, jamais na história da Igreja se ouviu ou se viu ou foi pregada e que nos torna tão diferentes? Tão especiais? Seria o arranjo das cadeiras, antes dispostas umas após as outras perfeitamente alinhadas e que agora “recebemos” a revelação de que deveriam ser dispostas em forma de círculo? Seriam as famosas escalas de canções que gastávamos horas preparando em ensaios que quase nos levavam a exaustão e que agora se tornaram objeto de culto pagão, pois aderimos ao mover “apenas” espontâneo das canções que “recebemos” durante o período da adoração?
Passei um terço de meus 21 anos de conversão aprendendo e digerindo vorazmente tudo o que foi ministrado para mim por meus líderes, professores de escola dominical e Pastores e outros dois terços achando que já sabia de mais partia então para uma fase mais “sênior” onde ao invés de ouvir com ouvidos atentos ao aprendizado, passei a “criticar” e “checar” quão herege ou fiel cada frase ou palavra ministrada por eles era.
Hoje lamento e vejo quanto tempo perdi, quanto deixei de crescer e de aprender, felizmente para mim ainda ha tempo de rever “meus” conceitos e objetivos revolucionários e voltar-me para a simplicidade do evangelho do Reino de Deus!
Evangelho que apregoa a renúncia pessoal (Lucas 14:33), a comunhão (Atos 2:42), a unidade mesmo na diversidade (Efésios 4:1 a 16) que é motivo de tanta discórdia, divisão e fundação de novas denominações .
Escrevo esta carta sem a pretensão de tornar-me portador da verdade absoluta, mas apenas compartilhar o que tem ardido em meu coração.
Muitíssimo inspirado Paulo disse: Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha, Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte – morte de cruz. (Filipenses 2: 5 a 8 NTLH)
Fato é que não há muito o quê se comemorar. Comemorar talvez quando a Igreja (pessoas) tiver o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, mesmo sendo filhos de Deus, não tentarmos ficar igual a Deus isto é tomar o lugar que é dEle, pelo contrário abrir mão de tudo o que é nosso, tornar-nos servos dos que hoje ainda vivem a vida que vivíamos, falo das prostitutas, dos drogados, dos homossexuais, dos adúlteros, dos homicidas, dos assassinos, servi-los! Por opção, nos humilharmos e obedecê-lo até a morte!
Certamente haverá muitos que de posse de todo conhecimento bíblico adquirido encontrarão inúmeros caminhos para refutar o que aqui escrevo, digo, amo você! Sim! Peço que o Senhor que nos amou primeiro nos leve, a mim e você a simplicidade do evangelho do reino.