Ontem fui as compras! Minha esposa completou 26 anos e mesmo com todo aperto financeiro – característica marcante desta fase para quase todo mundo – “passei a mão” em umas economias e fui comprar um presentinho. Obviamente fiquei: a) de “Assustado” com o preço de tudo; b) de “Boquiaberto” com a possibilidade de não conseguir comprar nada com a verba disponível; e finalmente c) de “Caramba” achei o presente ideal! Que sorte!
Ficou provado mais uma vez que nem sempre a equação HOMEM + SHOPPING termina em desastre. (risos) Mas em meio a tudo isso, numa grande loja de roupas (dessas com um mar de cabideiros), comecei a ouvir, entre uma estante e outra, uma risada muito gostosa. Ela dava pequenos intervalos de 3 ou 4 segundos e acontecia de novo.
Pense você numa risada gostosa! Risada é pouco, era uma gargalhada de criança. Daquelas de perder o fôlego. Aí vinha um intervalo de 3 ou 4 segundos em silêncio, e começava tudo outra vez. Aquilo foi me atraindo, até que entre um corredor e outro, achei a proprietária(zinha) daquele riso: Era uma menininha de uns 3 ou 4 anos de idade, em frente a uma enorme prateleira de bolsas e um espelho. As bolsas eram tamaho adulto. A menininha, que devia medir uns 80 centímetros, ia colocando as bolsas, uma por uma, em seus ombros e percebia que a maioria delas eram maiores que ela mesma. E era aí que ela ria. Ia trocando de bolsa, mas as alças eram tão compridas que ao colocá-las em seus obros, a parte de baixo mal saia do chão. Eram pesadas e não lhe permitiam andar. Mas gente, tudo isso era motivo para ela gargalhar. A menininha se descobriu pequenininha ali, diante daquelas bolsas e viu nisso a maior graça da paróquia. Ela havia encontrado ali, no meio daqueles corredores, graça de si mesma.
Foi aí que lembrei: a felicidade não é um fim, já dizia o filósofo, mas sim um meio. Felicidade não é um destino, um alvo. É um jeito de percorrer o caminho, de chegar até lá. Ser feliz é uma opção. E todos podemos ser felizes hoje, já nos lembrava o maravilhoso samba do garí carioca, que em plena avenida, achava graça de si mesmo. Enfim dificuldades todos passamos e passaremos. Sempre.O grande “pulo do gato” está justamente em “como” passaremos por elas. E aí temos duas opções: sofrer e lamentar, dando boas vindas a uma multidão de doenças psicossomáticas, ou achar a graça de si mesmos. Achar a graça das fases da nossa vida, nos altos e baixos, achar graça do normal, do cotidiano, do nosso próprio jeito de ser.
Mas Jesus, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais, porque delas é o reino de Deus. Lc 18:16 Fica aqui um abraço de quem tem uma parcela do financiamento do carro para quitar, mas ainda não parou de rir da menininha e suas bolsas!