Depois de falar sobre os dois fundamentos, da casa sobre a rocha e a casa sobre a areia, Jesus entra em Cafarnaum e encontra-se com alguns anciãos dos judeus enviados por um centurião, que pedem que o acompanhem pois o servo do militar romano estava muito doente, quase morto. Já próximo à casa do oficial, este manda um recado através de amigos que surpreende a Jesus:
“Senhor, não te incomodes, pois não mereço receber-te debaixo do meu teto. Por isso, nem me considerei digno de ir ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e o meu servo será curado. Pois eu também sou homem sujeito a autoridade, e com soldados sob o meu comando. Digo a um: ‘Vá’, e ele vai; e a outro: ‘Venha’, e ele vem. Digo a meu servo: ‘Faça isto’, e ele faz”.
Que fé era aquela hein? Até o próprio Jesus se admirou com a proporção da fé daquele homem! Mas, e quanto a nós, e quanto ao mundo hoje: ainda existe fé semelhante?
É bem improvável que sim, pois a fé atualmente está presa dentro de um corpo de crenças, e fora disso, o que se vê são julgamentos, “desviados” aos olhos daqueles que se julgam cristãos, “ímpios” simplesmente por não fazerem parte de um clube social, e assim sucessivamente.
Vale destacar que fé em Cristo, no Filho do Deus Vivo, e crença, são coisas totalmente distintas. A primeira crê no Filho e submete-se à sua consciência (Palavra) e Reinado (domínio de Deus sobre o homem mesmo ainda na terra). A segunda por sua vez não passa de um conjunto de superstições, um aparato de ideias, um emaranhado de informações que ora são coerentes, ora são totalmente contrárias umas às outras; para resumir a coisa, crença é uma derivação de crer, e aqui entra qualquer tipo de crer, inclusive o próprio satanás é crente… Pois ele também crer, e estremece de tamanha crença!
Ter fé segundo a Bíblia é ser cristão, seguidor de Cristo, discípulo, e isso produz muitas coisas boas, inclusive a cura, seja do corpo, seja da alma; por outro lado, crenças de uma maneira geral não produzem cristãos, nem muito menos discípulos, no máximo irão produzir religiosos, supersticiosos, fanáticos, ou até mesmo demônios como afirmou Tiago no capítulo segundo de sua epístola.
Chamar de ímpio alguém, simplesmente por que ainda não se tornou membro de uma instituição registrada em cartório com CNPJ e tudo mais, é distorcer completamente o significado da palavra que tem a ver com maldade, impiedade, e nada a ver com “não membro”. É também trazer para dentro de si mesmo, demônios que são incapazes de reconhecer a graça e a misericórdia de Cristo.
A fé daquele homem era uma mistura de convicção no poder de Deus manifestado no Filho, com uma humildade imensa, pois se reconhecia indigno de recebê-lo em sua casa. E esse tipo de fé sempre trará curas, e salvação, mesmo que a última seja incompreendida por todos!
Senhor, apenas mande uma Palavra e nós seremos salvos pela tua graça, e nós seremos curados pelo teu poder.
Texto base: Lucas 7:1-10