Moderação, domínio próprio, longanimidade são partes essenciais do caráter do próprio Deus, e daí ser requerido por Ele dos crentes que cultivem estas virtudes com todo o empenho e diligência; pois constituem o melhor argumento para a salvação dos pecadores.
O apóstolo Paulo muito se utilizava do argumento da completa longanimidade de Deus para com ele, que fora um implacável perseguidor da Igreja de Cristo, não somente lhe salvando, mas o comissionando para ser o grande apóstolo dos gentios.
Ele era então um exemplo vivo de que a graça do evangelho que ele pregava, estava disponível até mesmo para o principal dos pecadores como ele assim se considerava, estava disponível de fato a qualquer que se arrependesse e cresse em Cristo como seu Salvador e Senhor.
O próprio Deus declarou de si mesmo a Moisés como sendo tardio em se irar (longânimo), ou seja, que não é apressado em julgar alguém por causa dos seus pecados e transgressões contra Ele e a Sua Lei, pois sempre dará oportunidade àqueles que Ele sabe que virão a se arrepender e a se converter de seus maus caminhos.
Ele se esquece de nossos pecados e iniquidades para usar de misericórdia para conosco, e isto está fundamentado na Sua natureza perfeitamente moderada, longânima, paciente e temperante. Quão precioso é isto! Quão maravilhoso é que possamos também obtê-lo por meio de nossa consagração à Sua santa e perfeita vontade!
Quão assustadoras são as águas turbulentas, mas quão admiráveis e boas são as águas tranquilas. Assim também o interior do homem que tem domínio próprio, é um manancial de paz para as almas atribuladas, como também para si mesmo.
Não é sem motivo que somos ordenados a buscar a paz e a nos empenharmos por mantê-la! Isto é saúde para as nossas almas e para o nosso corpo.
Temos recebido muita ousadia em Cristo para proclamar a verdade, mas importa que esta seja acompanhada sempre pelo amor e pelo domínio próprio, para que não nos tornemos pessoas embrutecidas e intolerantes ao extremo, vindo a perder a noção de que importa ser pacientes e ajudadores daqueles que são fracos na fé.
Tão importante é o cultivo desta virtude que caso falte aos pastores, eles verão a sua liderança ser completamente comprometida, porque as ovelhas não se disporão a seguir de bom grado o homem que não possui domínio próprio. O pavio curto não é conveniente para aquele que tem o encargo de conduzir o rebanho de Cristo.
A mansidão de Cristo deve ser buscada por todos os crentes, mas sobretudo pelos que ministram ao Seu corpo – a Igreja.
Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacadas as seguintes palavras do texto original:
1 –egkatreia (grego) – domínio próprio, temperança;
2 – epieikes (grego) – moderação;
3 – (sofronismos) (grego) – moderação, domínio próprio;
4 – (sofron) (grego) – temperante, moderado;
5 – egkrates (grego) – moderado, temperado;
6 – hebraico: arek (tardio, lento); afaim (irar-se) = tardio em se irar, paciente, que tem domínio próprio; relativas ao assunto, acessando o seguinte link:
http://www.escrita.com.br/escrita/leitura.asp?Texto_ID=33543
Pr Silvio Dutra