Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. (Provérbios 30:5)
Escudo: Arma defensiva. Era o principal meio de proteção na guerra desde os mais remotos tempos até a invenção das armas de fogo.
É engraçado porque desde criança sempre gostei de filmes épicos, me encanto com todas aquelas histórias onde grandes guerreiros em meio à politicagem, à crueldade e à barbárie das guerras, não se conformam e lutam em prol da justiça fazendo com que valores morais e éticos perdurem. São filmes que em meio a espetáculos de sangue, nos passam mensagens de esperança e nos fazem acreditar que, apesar das dificuldades o mal pode ser vencido, desde é claro que estejamos dispostos a lutar contra ele.
Assistindo todos aqueles espetáculos, percebemos que antes de cada batalha há uma preparação, todos os lutadores vestem as suas armaduras, e antes de sair é claro, pegam os seus escudos. Pronto, a nossa palavra chave é escudo.
Ao analisarmos alguns guerreiros no seu campo de batalha, fica claro a verdadeira e única função do escudo. O escudo em uma batalha é usado pelo guerreiro para sua proteção, ou seja, é um objeto usado em prol da sua defesa.
Ao analisarmos provérbios 30:5, somos ensinados que a palavra de Deus é escudo para aqueles que confiam nela. Se a palavra de Deus é escudo, significa que a mesma deve ser usada para a nossa defesa. Em Mateus 4, podemos comprovar que Jesus, quando estava no deserto, ao ser afrontado por satanás, defendeu-se usando as escrituras.
Infelizmente não é o que vem acontecendo, nos dias atuais nos deparamos facilmente com pessoas que ao invés de usar a palavra de Deus para a defesa, estão fazendo uso da mesma para o ataque. Sem nenhum pudor, muitas pessoas tem se tornado vítimas da “palavra de Deus”. A palavra que veio para restaurar vidas tem sido utilizada por muitos, para destruir vidas. Ao invés de curar, tem sido utilizada para abrir feridas. Ao invés de levar o pecador ao arrependimento, tem sido utilizada para acusar. Ao invés de trazer união, tem sido utilizada para trazer discórdias.
Porque isso acontece? Infelizmente porque algumas pessoas têm ultrapassado limites. Não compreendem qual é o seu verdadeiro papel como cristão. Deus nos escolheu com um objetivo especifico:
Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça… (João 15:16)
O Senhor nos escolheu para dar frutos, e frutos que verdadeiramente permaneçam, para isso é necessário que de antemão sejamos transformados pela sua palavra. Não podemos ser pessoas incoerentes. Porque tanta soberba? Cristo já foi crucificado em nosso lugar. Será que é certo usar os púlpitos das Igrejas para crucificar e condenar as pessoas por suas atitudes errôneas? Nosso papel aqui nesta terra é pregar a palavra de Deus. Fazer com que as pessoas se arrependam de seus pecados, se voltem para Cristo e transformem as suas vidas, não é nossa responsabilidade. Não temos poder para isso. Esse papel é exclusivo do consolador:
Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. ( João 14:26)
Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.( João 15:26)
Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não crêem em mim; Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. (João 16:7)
Temos que ter bastante cuidado para não assumirmos um papel que pertence unicamente ao Espírito Santo de Deus, sobrepujando-o. O reino é de Deus. Lúcifer queria ser como Deus, ocupar o seu lugar, foi expulso do céu. Adão e Eva ao experimentarem da árvore do conhecimento do bem e do mal, queriam ser como Deus e foram expulsos do paraíso.
Sabemos que muitos de nós erramos com o objetivo de acertar. No entanto, não há justificativas para as nossas falhas, quando fazemos uso da palavra de Deus em prol de uma falsa moral.
É preciso compreender que todos nós somos pecadores, necessitados da graça, misericórdia e perdão do Senhor. No reino de Deus só há lugar para um rei e com certeza este lugar já está ocupado.
Definitivamente, usar a palavra de Deus para puxar o tapete do outro, e fazer média com Deus, não é uma boa opção.
A palavra de Deus é escudo, um escudo que ao ser usado da maneira correta (proteção), é bem mais poderoso do que qualquer espada.
Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. (Hebreus 4:12).
Não é da vontade de Deus que a sua palavra seja imposta a ninguém. Deus não é um Deus que impõe, mas um Deus que convida.
Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. (Apocalipse 3:20)
O objetivo do Senhor não é fazer com que as Igrejas lotem, mas que vidas sejam genuinamente restauradas.
Mônica Bastos