“Canta, Ó filha de Sião; rejubila, Ó Israel; regozija-te e, de todo o coração, exulta, Ó filha de Jerusalém. O Senhor afastou as sentenças que eram contra ti e lançou fora teu inimigo”
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As sentenças contra nós eram muitas.
Cada pecado, um processo novo. Uma sentença nova. Uma nova condenação.
Desde que tomamos consciência da razão, e deixamos a idade da inocência, da ignorância, incorremos em delitos, dia após dia.
Não tínhamos argumentos para nos defender.
As provas era – e são – incontestáveis.
Céus e terra testemunham contra nós.
Nosso acusador, desempenha com brilhantismo sua função.
Faz isso há milênios. Sempre muita dedicação. Vive disso, aliás.
Então algo aconteceu.
O Criador resolveu equilibrar as coisas. Ou nem tanto.
E instituiu um advogado.
Alguém que tivesse totais condições de nos representar diante de um tribunal. De nos defender, embora isso não seja assim tão fácil.
De início, tinha que ser alguém de quem não se tivesse nada a acusar. Sim, ou caso contrário seria envergonhado pelo acusador geral do universo.
Onde encontrar alguém assim?
Teria que ser alguém com conhecimento igual ou superior ao querubim ungido da guarda que fora expulso de seu posto.
Difícil.
Miguel. Gabriel. Outros arcanjos, serafins, querubins. Todos muito capazes e santos para a função. Mas o inimigo era – e é – muito forte. Muito.
As sentenças eram praticamente definitivas. O destino da humanidade estava traçado.
Os mensageiros não poderiam assumir uma responsabilidade assim tão grande.
Qualquer deslize desses anjos e tudo iria por água abaixo.
Precisava ser alguém que não pudesse errar. Um ser perfeito.
Que, caso não conseguisse encontrar em nós mesmos uma defesa efetiva para nossos pecados, teria que se colocar em nosso lugar.
Porque nos libertar era a missão.
O Criador concluiu que tinha que ser alguém como ele.
Que pudesse afirmar ser um com ele.
Então o Leão da Tribo de Judá levantou do trono.