”… sendo santo, decidiu se misturar com as trevas.” – Juízes 14:1-2
Há milênios, a sedução de se levar uma vida entre luz e trevas tem sido um dos principais pontos de fraqueza do povo de Deus. A ilusão de que é normal levar uma vida entre as coisas sagradas e as coisas do mundo se alastrou de tal modo dentro do rebanho que hoje, para retirá-las de lá, os transtornos são inevitáveis. Como pode um servo de Deus se sentir bem em um ambiente conduzido pelas trevas? Certamente algo está errado. Teria mesmo acontecido um novo nascimento?
A decisão de se aproximar das trevas sempre acaba mal. Basta ver o aconteceu com os reis de Judá e Israel, que se prostituíam com outros deuses, faziam o que era mal diante dos olhos do Senhor e como prêmio recebiam, desde a morte até o cativeiro na mão de seus piores inimigos. O reverendo Paul Washer diz que se eu sou filho de Deus, nada nesse mundo pode verdadeiramente me agradar, preencher meu vazio, me trazer felicidade.
Quando Deus diz “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Levítico 19:2), ele está, entre outras coisas, deixando claro que, se o servimos, se o temos como Deus, se invocamos o seu nome, então temos o dever – não a opção – de nos afastarmos de tudo aquilo que não vem dele, por mais agradável ou inocente que possa parecer. Temos a mania irritante de questionar santidade. Colocações como “Que mal pode fazer?” ou “Tem gente que faz coisa pior” são passos importantes para uma vida de derrota e infelicidade. Pecado é pecado. Mal é mal. Trevas são trevas. E Deus é Deus. e exige de nós uma vida que nos dê o direito de sermos reconhecidos como seus filhos.
2. Juízes 14:3, tendo que dá exemplo, desprezou pai e mãe.
Desprezar pai e mãe pode abreviar nossos dias de vida. O 5º mandamento, o primeiro com promessa deixa isso subentendido. Sansão não foi um bom filho. Há quem pense que a obrigação de honrar pai e mãe é só dos jovens. Mas não é. Todos os que têm pai e mãe devem tratá-los de forma respeitosa, até porque isso é sinal de sabedoria. O homem mais sábio que existiu, já no primeiro capítulo de Provérbios, orienta: “Ouve a instrução do teu pai, e não deixes a doutrina da tua mãe”(Provérbios 1:8). Sansão, na qualidade de Juiz, precisava dar esse exemplo. Nós, na qualidade de servos de Deus, também. Santos que afrontam pai e mãe são santos de barro, falsificações do reino, gente se enganando a si mesmo.
3. Juízes 16:1, sendo um escolhido, preferiu servir aos impulsos da carne.
Será que alguém seria capaz de pegar uma Bíblia, rasgar suas folhas e usá-las como papel higiênico? Parece loucura, não? Mas veja uma coisa: o que pensar de um homem separado por Deus desde o ventre da mãe, consagrado como Juiz em Israel, dotado de dons extraordinários dados pelo Espírito Santo, se relacionando com uma prostituta? Sim, loucura também.
Sansão tinha dificuldades em dizer não para seus impulsos carnais. Se algo fosse lhe dar prazer ele ia, sem atentar para as consequências que seu ato pudesse trazer. Mas elas uma hora vem. Toda semeadura tem uma colheita. E a de Sansão foi das piores que a Bíblia já descreveu. Traído, preso, teve os olhos perfurados e foi obrigado a fazer trabalhos pesados que eram realizados por animais para, finalmente, ser exposto ao ridículo pelos seus maiores inimigos. Agiu como um animal e acabou tratado como um. A Bíblia diz que, em relação aos desejos que nos levam para longe de Deus, temos que fazer força para fugir (II Timóteo 2:22), resistir (Tiago 4:7) e evitar (Salmo 101:3). Sansão, infelizmente, não fez nenhuma coisa nem outra.
4. Juízes 16:16-17, deixou o coração falar em lugar da mente.
Em sua mente, Sansão sabia que era um escolhido. Um homem especial, capaz de fazer coisas assombrosas pelo poder de Deus. Sabia também que sobre ele havia uma bênção atrelada a uma aliança feita por Deus com seus pais. Esta aliança trazia responsabilidades, compromisso. E entre estes estava o fato de que pela sua cabeça não poderia passar navalha. Todas essas informações foram por água abaixo diante das pressões de uma mulher que cobrava demonstrações de amor. Em Jeremias 17:9 o profeta diz que “Enganoso é o coração do homem, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” a história da humanidade mostra que todas as vezes que se agiu movido pelo impulso das emoções o resultado foi desastroso. Daí o profeta advertir que, além de enganoso, o coração é perverso, porque ele provoca o sentimento daquele que o carrega sem se importar.
5. O grande equívoco de Sansão, ao final das contas: não valorizar o que Deus lhe deu. Em Lucas 12:48 Jesus diz que “A qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá…”. Observe a sua volta e veja o quanto Deus tem feito por você todo esse tempo. Como tem guardado tua vida, te vestido, alimentado e protegido. Isso é pouco? Quanto custa todo esse amor? O que estamos fazendo para, pelo menos, retribuir um pouco de tão grande cuidado? O que temos para oferecer a Deus? Será que ele quer nosso dinheiro? Nossas casas e bens materiais? Nossos empregos?
Não. Tudo o que ele quer é que o adoremos e vivamos para ele. Para que ele continue nos abençoando. Ele quer que cumpramos suas regras, porque são elas quem nos trarão a vitória. Regras que Sansão teimou em descumprir.
Neto Curvina
Comunidade Shalom Filadélfia