É o Espírito Santo quem nos purifica de toda impureza, mas precisamos ser diligentes na busca do cumprimento das ordenanças da Palavra de Deus, para que o Espírito possa efetuar tal purificação em nós pela Palavra.
Deste modo, o cristão deve se despojar do seu procedimento anterior, do velho homem, o qual se corrompe pelos desejos do engano e que não pode se firmar na verdade.
Paralelamente a isto deve haver uma renovação progressiva do espírito, a qual começa pela renovação da mente, fazendo com que ela esteja a serviço de Deus e não do velho homem.
O cristão deve se empenhar em estar habitado ricamente pela Palavra de Deus, em pensamentos espirituais, celestiais e divinos, e que se concentram portanto em tudo o que é, verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, e que seja de boa fama, e que tenha alguma virtude ou louvor, como lemos em Fp 4.8.
Até mesmo toda forma de ira justificada, a saber, que seja em relação ao pecado, deve ser também deixada, de maneira que não pequemos por causa de um mau temperamento, e permitamos que esta ira se transforme em mágoa ou ressentimento.
Não devemos nos deixar dominar pela ira, e devemos nos livrar dela, como afirma a Palavra – “antes que o sol se ponha”, de maneira que retornemos à paz de espírito e calma de mente, que devem ser achadas permanentemente no nosso viver (Ef 4.26).
Buscando no Senhor um coração longânimo e perdoador, e não vivendo na prática da impureza, e renovando a nossa mente segundo aquilo que procede de Deus, não daremos oportunidade ao diabo de levar vantagem sobre nós roubando a nossa boa firmeza em Cristo.
Os cristãos não devem praticar qualquer forma de furto, mas devem trabalhar naquilo que é bom para que tenham sustento e o que repartir com os necessitados.
Não devem falar senão aquilo que seja bom e necessário para a edificação pessoal e mútua, ministrando graça aos que os ouvem. Para isto nunca deverão falar palavras torpes e vãs (Ef 4.29), e os que são dados a este tipo de prática devem pedir a Deus que limpe as suas mentes, para que suas línguas não sejam usadas como instrumento de maledicência e torpeza.
A desconsideração destas recomendações, e a falta de empenho na prática de um viver segundo a verdade revelada nas Escrituras, entristece o Espírito Santo, com o qual fomos selados para o dia da nossa redenção, quando da volta do Senhor.
De maneira que este ato de entristecer o Espírito apaga o fogo do Espírito que é sumamente necessário para que possamos viver tudo o que nos foi ordenado por Deus.
Por isso, toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia, bem como toda forma de malícia, devem ser definitivamente arrancadas do viver do cristão (Ef 4.31).
Em vez destas coisas que Deus abomina, nós devemos ser bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-nos uns aos outros, como também Deus nos perdoou em Cristo.
A medida de fé é diferente de cristão para cristão.
A medida de graça é recebida por cada um deles conforme o dom de Cristo.
Mas a medida de pureza deve ser a mesma, independente da sua estatura espiritual.
Tanto o copo pequeno quanto o copo grande devem estar inteiramente limpos pelo Espírito, mediante o sangue de Cristo, para o uso de Deus.
Os cristãos devem ser amáveis mutuamente, e não poderão portanto viver isto caso se deixem vencer por um espírito de amargura, orgulho, impureza, gritarias, iras, mentiras e tudo o mais que é incompatível com o Espírito de Cristo.
Pr Silvio Dutra