E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne.
Apesar de fazerem uma longa e intensiva busca, muitas pessoas não encontram a verdade, e vivem sem conhecer a Deus e a verdadeira fé.
Há pessoas que lêem a Bíblia e vêem que aqueles que renasceram espiritualmente alcançaram a paz e cultivam uma relação de amizade com Deus. Elas também vêem que há pessoas que venceram o pecado e obtiveram suas mentes e corações renovados e que tais vivem um autêntico cristianismo. Mas, a elas mesmas, ainda que leiam a Bíblia, lhes falta tudo isso. Elas sempre estão angustiadas, e se perguntam: “Quando é que eu serei realmente justo?” “Quando me entregarei totalmente a Deus dando as costas ao mundo ímpio?” Quando deixarei de vacilar entre a carne e o Espírito?” “Tantos se livraram das ataduras do pecado e estão totalmente consagrados a Deus, vivendo felizes, de vitória em vitória, mas eu não!” “Será que é porque Deus elegeu alguns e abandonou a outros para que se percam?”
Isso não é verdade! “Deus deseja que todos os homens sejam salvos, e venham ao conhecimento da verdade” (I Tt 2.3). “O Senhor não quer que ninguém pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”, e sejam salvos. E então, onde está o erro? O problema se radica unicamente na incredulidade humana; na tendência natural de confiarmos em nós mesmos, em nossos méritos e justiça própria, desprezando assim a Deus que se manifestou em carne. Não podemos esperar que Deus nos dê poder para vencer o pecado, sem antes honrarmos ao Filho, sem entender e crer no mistério da piedade. Não devemos colocar nossa justiça acima da encarnação e do sacrifício do Filho de Deus.
É um grande equívoco pensar que primeiro temos que ser justos e puros, para logo então acercamo-nos e confiarmos em Cristo. Este mal entendido é justamente o que faz com que algumas pessoas que lêem a Bíblia e ouve a pregação, nada alcancem. Faz-se necessário que primeiramente recebamos os méritos de Cristo, suas vestes nupciais, por meio da fé. Somente assim chegaremos a ser verdadeiramente justos.
Oremos com Lutero:
Amado Deus, tu nos ensinas a guardar santo e puro o teu nome. Permita-me que me glorie e me alegre pelo fato de que tu sejas meu Pai e eu teu amado filho e humilde servo. Amém.
C.O.Rosenius (1816-1868) Nuevo Dia – Trad. Sóstenes Ferreira da Silva