Legalismo é todo o sistema, regras, expectativas ou regulamentos que condiciona a salvação ao esforço humano de agradar a Deus, como uma recompensa por desempenho. O Legalismo é o meio humano de tentar através da obediência de regras de homens, ser aceito e amado por Deus, anulando a Graça misericordiosa. Ele acontece quando substituímos nosso relacionamento com Cristo por regras e rituais. É uma armadilha sutil que tira o foco do que Deus tem feito, pondo-o sobre você, e devagar vai se tornando no que você tem feito por Deus.
Paulo foi um legalista. Paulo colocava a sua confiança em rituais: “Eu fui circuncidado oito dias depois de ter nascido de acordo com as leis judaicas” (Filipenses 3:5). Hoje, um cristão pode dizer “eu fui batizado” ou “eu me juntei à igreja” ou “eu tomei a ceia”. Todas as coisas são boas, mas não conquistam a aprovação de Deus.
Paulo colocava a sua confiança na religião: “Eu sou um verdadeiro hebreu” (Filipenses 3:5). Algumas pessoas quando são perguntadas sobre o seu relacionamento com Deus dizem o nome de suas denominações. Lembre-se que no céu você não irá ser perguntado sobre sua denominação!
Paulo colocava a sua confiança em regras: “Em relação à lei, eu era um fariseu” (Filipenses 3:6)
Paulo colocava a sua confiança na sua reputação: “Quanto ao zelo e quanto à Lei, eu era irrepreensível” (Filipenes 3.6b). Paulo se achava O CARA do legalismo. Hoje, facilmente nos orgulhamos em quantas vezes fomos a igreja na semana, se a nossa igreja é grande ou quanto tempo oramos. Isso não vai fazer Deus mais feliz conosco. Sabe pq? Porque o amor dEle é incondicional!
Como ele e Bíblia tratam da questão do legalismo?
Depois de 14 anos de conversão, Paulo voltou a Jerusalém para fazer a defesa do seu apostolado e levou consigo Barnabé, um cristão de origem judaica, e Tito, um cristão de origem gentia, que o ajudaram na evangelização dos gentios (Atos 11.22,24; Gálatas 2.1).
Os judeus cristãos acreditavam que Jesus era o Messias e aceitaram-no como Salvador, mas pensavam que os gentios deveriam circuncidar-se e obedecer à Lei mosaica, para serem salvos.
Por isso, Paulo voltou a Jerusalém para enfatizar que ninguém seria justificado diante de Deus por sua obediência (parcial e imperfeita) à Lei, e sim por Cristo, que obedeceu integralmente à Lei e foi entregue como sacrifício em nosso lugar, a fim de que fôssemos perdoados e justificados diante do Pai celestial: Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. (Gálatas 2.16)
A suprema revelação do evangelho está em uma pessoa: Jesus Cristo, e não em códigos de leis, rituais e costumes de denominação ou igreja evangélica. Deus deu a Lei, mas alguns querem inventar mais regras para “ajudar” o Senhor.
Em algumas igrejas, por exemplo, a mulher não pode cortar o cabelo nem usar batom ou calça comprida, pois os legalistas afirmam que não existe sã doutrina sem bons costumes. Por causa disso, cristãos são excluídos ou não ocupam determinados cargos na igreja.
A evidência da fé cristã, porém, não é a obediência a dogmas ou códigos de lei humanos, mas sim o fruto do Espírito (Gálatas 5.22), que nos assegura as boas obras da fé. Portanto, para que Deus seja glorificado, temos de produzir o fruto do Espírito.
Se os legalistas querem realmente seguir a Lei, deveriam deixar de ser hipócritas e respeitar a Lei como um todo. Afinal, Tiago exortou:
“Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos” (Tiago 2:10).
Agora, note o que Paulo diz:
“Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne”
(Colossenses 2:20-23)
Logo, ordenança humana e costumes religiosos não ajudam ninguém a alcançar a santificação.
Por isso, não devemos submeter-nos ao legalismo barato imposto por homens. Destaco, então, a resposta chave para o legalismo:
“Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor” (Gálatas 5:6)
Não estou ensinando nenhum cristão a rebelar-se contra sua igreja e seu pastor. Quero apenas trazer um esclarecimento sobre o legalismo. Caso não esteja satisfeito com os costumes de sua igreja nem feliz com o seu pastor, procure outra denominação.
O importante é servir a Deus com alegria,
Shalom!
Gabriel Félix
www.gabrielfelix.com