A perseverança ou paciência ensinada pela Bíblia e que é esperada dos crentes é muito mais definida pela ação objetiva do Espírito Santo em levá-los em segurança à condição em que devem ser achados, sobretudo na glória, do que pela ação subjetiva dos crentes em atingi-la pelo próprio esforço deles.
Obviamente, deve haver um esforço da nossa parte para que a perseverança tenha a sua obra perfeita, todavia, quem nos habilita à condição de permanecer na fé e em Cristo até o fim é o poder do Espírito Santo.
Deus, que começou a boa obra de santificação dos crentes pelo Espírito Santo, há de completá-la, Ele mesmo, até o dia da volta de Jesus Cristo. Temos esta certeza e esperança conforme prometido amplamente nas Escrituras, de modo que não há o perigo de que algum crente venha a se perder definitivamente.
Quedas e interrupções no trabalho de santificação serão curadas no tempo próprio pela graça de Jesus, ainda que isto ocorra somente na glória.
De modo que a segurança eterna da nossa salvação é apontada nas palavras de Jesus pela evidência da nossa perseverança até o fim, a saber, Ele ensina claramente que aqueles que salvou não serão rejeitados por Ele de modo nenhum, pois garantirá, pelo Seu próprio poder, que perseverem em amá-lo até o fim.
Contra o testemunho das próprias Escrituras muitos afirmam que pecados eventuais podem levar um crente genuíno à perdição eterna, e se assim fora de fato, ninguém poderia ser salvo, pois não há quem não peque (I João 1.8,10 ).
É o sangue de Jesus e o Seu trabalho Sacerdotal que nos garantem a eternidade da nossa salvação. Deve ser assim para que toda a glória seja dele, e para que ninguém se glorie diante de Deus quanto à obtenção e manutenção da sua salvação.
Pecados eventuais são tratados pela mesma graça que nos salvou quando nos convertemos ao Senhor, por meio da confissão e do nosso sincero arrependimento.
A fraqueza momentânea do crente não pode diminuir o poder de Deus para restaurar. Quando o apóstolo Paulo declara que aquele que pensa estar em pé vigie para que não caia, nisto se expressa claramente que o poder de permanecer firme na graça não é propriamente de qualquer crente, senão exclusivamente do Senhor, de maneira que ninguém seja presunçoso em seu coração pensando que pode fazê-lo de si mesmo, gloriando-se na própria consagração.
Ouvimos muitos dizendo que são mantidos firmes porque têm pago o preço exigido da consagração. Apesar de haver verdade em tal afirmação, deve-se ter o cuidado para que o coração não se eleve julgando que isto é propiciado pela própria consagração pessoal e não pela graça de Jesus, como efetivamente o é.
Agora, se é pela nossa perseverança na fé em santificação que se evidencia, que se comprova a nossa eleição (II Pe 1.10,11), então devemos nos armar do pensamento que a perseverança é o elemento atestador da nossa saúde espiritual, de modo que nunca abriguemos o pensamento errôneo de que podemos cruzar os braços desde que sabemos que a salvação do crente é segura e eterna. Tal modo de pensar é ofensivo à graça de Deus e ao alto preço que Jesus pagou para a nossa libertação.
Sem perseverar, sem permanecer em Jesus, jamais poderemos ser santificados, e a santificação deve, obrigatoriamente, se seguir à conversão, porque fomos salvos para o propósito de sermos santificados por Deus.
Como a fé do crente é provada, e em consequência, tribulações e aflições lhe aguardam neste mundo, ele necessitará de longanimidade e paciência no sofrimento, de modo que acrescentamos versículos bíblicos no final de nosso estudo que se referem a ambas, por serem irmãs siamesas da perseverança, pois sem longanimidade e paciência, não é possível perseverar.
Temos um grande exemplo de longanimidade, paciência e perseverança nos profetas e nos apóstolos, mas o maior exemplo de todos foi o do próprio Senhor Jesus Cristo pela muita paciência com que tudo suportou e sofreu, jamais se desviando do seu grande objetivo de obter a nossa salvação. Por isso somos chamados a imitá-lo sobretudo em seus sofrimentos para que com Ele reinemos, já que importa estarmos conformados a Ele em tudo, quer na Sua glória, quer nos seus sofrimentos.
Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacadas as seguintes palavras do texto original:
1 – (hupomeno) (grego) – perseverar, permanecer
2 – (hupomone) (grego) – perseverança, paciência, constância
3 – makrotumeo (grego) – ser paciente, ser longânimo
4 – makrotumia (grego) – paciência, longanimidade; relativas ao assunto, acessando o seguinte link:
http://www.escrita.com.br/escrita/leitura.asp?Texto_ID=33541
Pr Silvio Dutra