Pastor no sentido literal da palavra significa: Aquele que guarda, guia ou cuida (do rebanho do Senhor). No Salmo 23, as Escrituras se referem a Deus como o Pastor que supre todas as necessidades de suas ovelhas, fazendo-as repousar em pastos verdejantes, junto às águas de descanso, guiando-as pelas veredas da Justiça.
Já nos textos de Jeremias 3.15 e Efésios 4.11 encontramos Deus incumbindo a homens de pastorear seu rebanho: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência… E, Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para ‘pastores’ e mestres”. Então o pastor é simplesmente o homem a quem Deus deu a responsabilidade de conduzir o seu povo.
Conduzir animais irracionais é muito mais fácil do que conduzir pessoas que, pensam, opinam e decidem. Nada mais lógico não é mesmo?
É por isso que, quem almeja o episcopado, excelente obra almeja, pois tem de lidar com pessoas das mais diferentes, tanto na maneira de pensar, como na maneira de agir, requerendo do pastor habilidades especiais. Todavia, o pastor precisa ser o modelo, o padrão de vida dos fiéis. Marido de uma só mulher, equilibrado, calmo, mantendo a moderação em tudo.
Deve ser despretensioso e sem vaidade, simples, acolhedor e capaz de ensinar, deve governar bem a sua própria casa, sem tirania ou conivência com o pecado, mas com amor e submissão aos preceitos divinos pré-estabelecidos para o casamento, criando os filhos na admoestação do Senhor. Tendo o bom testemunho dos de fora, não ganancioso, ou seja, alguém a quem se não aponte o dedo para julgá-lo, irrepreensível.
Com tais requisitos, quem se alista ao episcopado? Embora pareçam rígidos demais, estes requisitos não são os “Ossos do ofício” propriamente ditos, são apenas, sentimentos, habilidades e posturas que os tornam em Cristo capazes de vencer os tais ‘Ossos’.
Há pelo menos três esferas onde o pastor poderá encontrar problemas, que é no âmbito pessoal, eclesiástico e secular. Segundo o texto de I Timóteo 3. 4 parte a do versículo, a missão do pastor começa dentro de sua própria casa, governando-a bem e neste caso a esposa é peça fundamental na conquista deste objetivo.
Embora muitas esposas de pastores não creiam que Deus também as chamou juntamente com seu esposo ao episcopado, a escritura diz em Gênesis 2.24 “por isso deixa o homem pai e mãe e se una à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Ainda que essa passagem bíblica fale do casamento, a esposa do pastor precisa tomar posse desse entendimento, também, em relação ao chamado de seu marido, se os dois são um só, logo se entende que ela também foi chamada.
Entendendo esse chamado a mulher virtuosa estará ao lado de seu esposo (pastor) como uma bênção, trabalhando e se dispondo a correr com ele e com a igreja sempre mais uma milha. Mas se não houver esse entendimento, poderá causar danos até irreparáveis ao ministério de seu marido, pois a igreja não vê apenas o pastor, mas toda a sua família como modelo e padrão para si. Como o pobre do pastor vai requerer disponibilidade e trabalho de um membro da igreja se isso não for visto em sua própria casa?
Muitos pastores ficam terrivelmente entristecidos quando não conseguem de suas ‘auxiliadoras’ a ajuda devida, muitos caem em desânimo profundo e em crises que acabam afundando o seu ministério, “pois quem não governa bem a sua casa, como governará a Igreja de Deus?” (I Timóteo 3.5), aqui está um destes ‘Ossos’.
A missão de um pastor é árdua, e, muitas vezes, a igreja, que deveria torná-la mais amena, não o faz. Nesta esfera eclesiástica, a sua ajuda como membro da igreja é que é indispensável. A igreja, como já mostramos, é constituída de pessoas diferentes, e essas diferenças às vezes trazem sérios problemas para si e consequentemente ao seu pastor. Além dessas ‘diferenças’, existem aqueles cristãos que levam uma vida desordenada, que, ao invés de trabalharem, dão trabalho, envergonhando a igreja e maculando o ministério do homem de Deus.
Sabemos que o pastor também erra, e por isso a igreja deve ter bom senso e sabedoria para tratar tais situações. Ora, a Igreja Católica declara que o papa é infalível, e parece que muitos evangélicos vêem o pastor com o mesmo pensamento. Qualquer pessoa pode errar, menos o pastor, como se ele não fosse um ser humano como qualquer um de nós. Verdade é que temos nele e em sua família o modelo e padrão de conduta, porém não devemos requerer infalibilidade. Isso requer, principalmente de seus auxiliares (diáconos e outras lideranças), sabedoria e discernimento para tratar qualquer situação envolvendo o seu pastor. Uma liderança sábia e sensata ajuda o pastor a presidir bem a Igreja de Deus, eliminando muitos desses ‘Ossos’.
Quando a igreja tem uma liderança oscilante, que ora está do lado do pastor, ora contra, acaba não prosperando, mas fica estagnada, parada no tempo e no espaço, ela não consegue crescer, pois isto se torna notório e dificilmente um pastor poderá fazer qualquer coisa se não tiver o apoio de sua liderança.
Se em casa e na igreja tudo for bem, será mais fácil no meio secular para o pastor ter domínio dos possíveis ‘ossos’ dessa esfera, de forma que não terá problemas relevantes.
Ele sozinho não pode muito, precisa do desprendimento de todos. E você meu irmão e irmã de que lado está? Você é um soldado valente que está pronto a ir até o fim, ou é daqueles que deserdam na primeira batalha?
Seja sábio e inteligente, ajude, e ajude a ajudar o seu pastor, ore por ele e com ele, converse, seja sincero, pois ele vela por você como quem tem de prestar contas, e cuide para que o faça com alegria e não gemendo.