(5-11-2015), retornei ao Hospital Municipal Salgado Filho, para consulta de revisão, depois de ter ficado ali internado por sessenta e dois dias, e fui visitar pela primeira vez, depois da alta, a enfermaria onde passei a maior parte dos dias de internação, e confesso que me senti constrangido e perplexo ao contemplar o ambiente onde havia permanecido com um sentimento muito diferente, a par de todo o sofrimento físico e psicológico que ali experimentara.
O que fez a grande diferença durante o tempo que ali estivera foi com certeza a poderosa consolação recebida da parte de Deus, que fez com que eu visse aquele ambiente e toda aquela circunstância com bom ânimo em meu espirito.
Sem a referida consolação ter-me-ia sido muito penoso ter ficado ali sequer por um único dia.
O consolo que Deus nos dá é plenamente eficaz não somente renovando nossa esperança, fornecendo-nos alívio e paz reais, e suprindo nossas necessidades tanto materiais, quanto espirituais.
O maior de todos os consolos Ele já nos tem suprido ao nos ter dado a Jesus para ser o nosso Salvador e o Espírito Santo para ser o nosso Consolador.
Mas podemos contar com as suas consolações em meio a todas as tribulações que tivermos que enfrentar neste mundo, pois nos tem prometido livrar-nos de todo estado de aflição de alma se tão somente confiarmos nEle.
É interessante observar que a mesma palavra hebraica nacham no texto do Velho Testamento, tanto é usada para confortar, quanto para se arrepender, e podemos entender com isto que há no ato de confortar uma mudança de direção, notadamente no que se refere a Deus, pois, ao nos confortar, Ele se desvia dos juízos que intentava ou que estava trazendo sobre nós por causa dos nossos pecados.
Sentíamos tristeza pela correção de Deus, mas quando nos arrependemos e nos humilhamos sob a Sua potente mão, Ele remove a aflição e nos conforta, como um pai que volta a afagar o filho depois de tê-lo corrigido.
Deus sempre consolará aqueles que se entristecerem e chorarem por causa do pecado, como vemos Jesus afirmando no Sermão do Monte que bem-aventurados são os que choram porque serão consolados.
Jesus é o consolador por excelência porque ninguém sofreu mais do que Ele a dor sob o ataque tanto de pecadores quanto dos espíritos das trevas, em sua humilhação neste mundo. Então pode socorrer com eficácia os que sofrem, sabendo por experiência própria o quanto necessitamos de conforto, assim como Ele também foi confortado pelo Pai e pelos anjos em seus sofrimentos.
E muito mais do que isso devemos lembrar sempre que Ele sofreu o castigo em nosso lugar e foi desamparado pelo Pai desde o momento em que esteve em agonia no Getsêmane até a hora da sua morte na cruz. E isto jamais experimentamos ou experimentaremos como filhos de Deus porque tem prometido estar conosco todos os dias, e nos tem dado um outro Consolador para aliviar as nossas dores.
Jesus sofreu o desamparo em nosso lugar para que nós jamais fôssemos deixados ou desamparados por Deus (Hb 13.5).
Nós também aprendemos a ser consoladores de outros quando passamos pelas experiências de sofrimento acompanhadas das consolações que nós mesmos recebemos da parte de Deus.
Em Jesus aprendemos a ter um espirito de simpatia e compaixão pelos que sofrem, especialmente quando estes estão sofrendo por causa do seu amor ao evangelho.
Assim como são muitas as aflições que sofremos neste mundo de igual modo abundam as consolações que recebemos da parte de Deus para que não fiquemos paralisados e desanimados.
Bendito seja o seu grande nome pois não nos deixa desamparados em nossos sofrimentos, e nem sem correção quando dela necessitamos, pois somos corrigidos para sermos participantes da sua santidade.
Pr Silvio Dutra