Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos.
24 E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
25 Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga.
26 Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei.
27 E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.
28 Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves.
29 Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei.
30 Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida.
31 Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera.
32 Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste;
33 não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?
34 E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.
35 Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.
(Mateus 18:23-35)
Nesta parábola de Jesus tiramos uma das lições mais belas da Bíblia, é onde Jesus nos mostra o caráter de Deus, como ele age conosco em relação aos nossos erros, e no segundo momento, como o homem se esquece rápido de quem ele é, e quer, sem ter direito nenhum, se tornar juiz de alguém que esta, até mesmo numa posição nem tão complicada quanto aquele que o tenta julgar.
O rei que resolve ajustar contas com seus servos, representa o Senhor, dono de tudo e de todos, o qual deve ser adorado, pois é o único digno de honra, glória e louvor. Ele usa de sua justiça, não para destruir os homens, mas para mostrar que, se fosse baseado no que merecemos, com certeza nem esse planeta onde vivemos hoje existiria, pois como diz a escritura: obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza (Ef 4:18-19). Esses, somos eu e você, quando tentamos convencer Deus que Ele deve nos abençoar por merecimento, quando não aceitamos que recebemos da vida de Deus pela graça, pelo sacrifício de Jesus na cruz.
Então, nesse momento eis aí o tamanho da nossa dívida: Dez mil talentos. Um talento era a mais alta unidade monetária da moeda corrente da época de Jesus, e era equivalente a seis mil denários ou dracmas. Uma tal soma de dinheiro era praticamente incontável e ilustra a enorme dívida do pecado que todos temos incorrido diante de Deus. O Senhor deste servo teria todo o direito de ordenar que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga. Mas como Deus é maravilhoso e não julga segundo o conceito dos homens, ele perdoou essa enorme dívida que, para qualquer um de nós, seria impossível pagar. Por isso eu sempre digo que Deus é maravilhoso, Jesus disse: Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo (João 12:47), mesmo tendo poder para isso Ele prefere nos perdoar, quando nos apresentamos diante Dele com espírito quebrantado e coração contrito, a esse Deus não despreza (Salmo 51:17).
Vejamos agora como é que agimos, quando nos encontramos numa posição parecida com a de Deus, o que nós, baseados na sabedoria humana temos a tendência a fazer. É importe repetir as palavras que um homem de Deus ministrou na abertura de um culto na Igreja do Evangelho Quadrangular: Primeiro Deus fala com o pregador, ele trabalha no caráter no pregador, para depois trabalhar no caráter da igreja.
Vamos à definição de Denário: O denário romano era o salário de um dia para o trabalhador e era equivalente à dracma grega. A soma devida pelo segundo servo ao primeiro nada é, quando comparada a dívida do primeiro servo para com o Rei, e era menos que uma parte numa centena de milhares.
Cabe a nós perdoarmos, quantas vezes nos esquecemos do tamanho do maravilhoso perdão de Deus, e quando chega a nossa vez de perdoar um irmão, um amigo, um colega, fechamos nosso coração e achamos que temos o direito de negar-lhe nossa boa vontade. Por isso digo o que sempre ouvi de homens ungidos por Deus, que não adianta trabalhar, estudar, se aperfeiçoar em coisas baseadas na sabedoria de homens. Por mais profundo que seja a aparência desse conhecimento, não é nada comparado à Palavra revelada do Senhor em nosso coração.
Nessa parábola de Jesus o débito que o segundo servo tinha com o primeiro, era simplesmente uma questão de tempo para ser paga, a soma de dinheiro, com o trabalho dele com certeza seria capaz de pagar, diferente da situação do primeiro servo com o Rei, o qual tinha uma dívida impossível de ser paga. Quando perdoamos nosso próximo, estamos lhe dando a chance de se retratar, e provavelmente, logo ali na frente essa mesma pessoa poderá ter uma oportunidade de se retratar e nos recompensar pelo mal que causou anteriormente.
Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras.
14 Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade.
15 Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca.
16 Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins.
17 A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento.
18 Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.
(Tiago 3:13-18)
Minha oração é para que nós possamos nos humilhar diante de Deus, para aprender com Ele, como devemos proceder, para que ao vivermos a nossa vida, estejamos firmados na rocha e não em regras estabelecidas pela sociedade, que até hoje não foram capazes de resolver nada.
Ministério Salmo 40
Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor.
(Salmo 40:1-3)