“Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade. Deste aos meus dias o comprimento de alguns palmos; à tua presença, o prazo da minha vida é nada. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é pura vaidade. Com efeito, passa o homem como uma sombra; em vão se inquieta; amontoa tesouros e não sabe quem os levará. E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança.” – Salmos 39:4-7
Estas palavras de Davi devem ser interpretadas à luz de todo o contexto deste Salmo 39, no qual podemos constatar que ele estava muito angustiado em seu espírito, em razão de se encontrar debaixo da potente mão do Senhor, que nunca deixava de lhe corrigir, pela condição de filho amado de Deus que ele era, Heb 12.5,6; Apo 3.19.
A aflição do salmista o levava a considerar constantemente qual é a nossa real condição na vida que temos neste mundo, e a pedir a Deus que nunca lhe deixasse esquecer esta grande realidade de que somos fracos em nós mesmos e que a o tempo de nossa peregrinação aqui deste outro lado do céu é extremamente curto; de modo que não seria nada sábio gastar estes poucos dias de vida, comparados com a eternidade que nos aguarda, com a prática da iniquidade.
Por isso ele afirma logo no início do salmo que guardaria os seus caminhos e colocaria uma mordaça em sua boca para não pecar com os seus lábios. Davi estava plenamente convicto que o propósito de Deus na criação do homem é para que este santifique a sua vida, e daí decorrem as tentações, tribulações e correções que experimenta neste mundo, que lhe estão aperfeiçoando para a vida perfeitamente santa do céu.
Aqueles que procuram a sua felicidade numa Terra que foi amaldiçoada pelo próprio Deus, por causa do pecado, estão errando completamente no que se refere à compreensão do propósito divino em ter fixado em tão poucos anos o tempo da nossa peregrinação terrena.
A vida que é plena e que jamais termina pode começar aqui embaixo, para aqueles que ordenam o modo do seu caminhar segundo os mandamentos de Jesus Cristo, mas ela será manifestada em toda a sua glória somente depois que o nosso espírito partir deste mundo para aquela pátria infinitamente melhor que foi preparada para todos aqueles que amam a Deus.