2. Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da morte.
3. O Senhor não deixa o justo passar fome; mas o desejo dos ímpios ele rechaça.
Estes dois versículos falam com o mesmo propósito, e o último apontado pode ser a razão do primeiro.
1- Que as riquezas que os homens obtêm injustamente não lhes farão bem, porque Deus as destruirá – os tesouros da impiedade de nada aproveitam.
Os tesouros de pessoas ímpias obtidos pelo domínio de pessoas fracas, por opressão e fraude, ainda que seja abundante, e lhes dê sempre um sentimento de segurança, ainda assim não representam qualquer vantagem, porque quando vier o juízo, o lucro obtido com tais tesouros jamais poderá compensar o prejuízo eterno que é sofrido por causa da impiedade (vide Mateus 16.26)
Eles não trazem qualquer lucro para a alma; como não irão comprar qualquer verdadeiro conforto ou felicidade. Eles não conduzirão um homem a qualquer lugar seguro e confortável no momento da morte, ou no julgamento do grande dia; a razão disso é porque Deus lança fora a substância dos ímpios (verso 3). O desejo de uma cobiça pecaminosa foi o que os direcionou à acumulação de riquezas injustamente, e por isso Deus os rechaça.
Assim, os que têm acumulado muito à custa da prática da injustiça se encontram em condições mais perigosas do que os pobres, em relação ao juízo de Deus, porque a justiça requer que nos lembremos dos pobres e façamos um uso adequado, equitativo e justo dos bens que adquirimos.
2- O que é honestamente adquirido se transformará em boa conta, pois Deus vai abençoá-lo.
A justiça livra da morte, isto é, a riqueza adquirida, e mantida, e usada, de uma maneira correta (justiça significa tanto a honestidade e como a caridade); ela responde ao fim da riqueza, que é para nos manter vivos e ser uma defesa para nós. Ela vai livrar daqueles julgamentos que os homens trazem sobre si mesmos, por sua maldade.
O Senhor não vai deixar a alma do justo passar fome (verso3), pois tem prometido prover para todo aquele que nele confia, e assim, a sua fé que o leva a agir conforme a justiça divina, o livrará da morte espiritual e eterna, bem como da morte física enquanto aqui viver, porque será assistido pela provisão de Deus.
Será puramente pela graça de Deus, a qual é a sua vida e sustento, que não é possível que seja subjugado pela fome. A alma do justo deve ser mantida viva pela palavra de Deus, e fé em sua promessa.
Pr Silvio Dutra