Ou a sábia aplicação do conhecimento verdadeiro.
Por este título pretendemos discorrer sobre o conhecimento da verdade conforme este se relaciona com a vontade de Deus. O conhecimento que é segundo Deus transcende o mero acúmulo de informações ainda que referentes a toda a revelação escrita, quando a isto não acompanha um adequado discernimento da forma sábia de aplicação deste conhecimento adquirido.
Por exemplo, sabemos que em Cristo caíram todas as prescrições cerimoniais do Velho Testamento, inclusive a referente a se fazer distinção entre alimentos limpos e imundos, assim considerados pela Lei de Moisés.
A Igreja de Corinto se viu às voltas com a falta de aplicação sábia deste conhecimento anteriormente referido, bem como quanto a saber que o comer alguma carne vendida nos açougues que houvesse sido oferecida no culto a ídolos, não era pecado, quando não existisse um conhecimento consciente quanto à sua origem.
Muitos crentes, gabando-se deste conhecimento de que o ídolo nada é, golpeavam as consciências fracas de alguns irmãos por tentarem dissuadi-los a abandonarem a sua abstinência cautelosa de tal alimento por temerem ofender a Deus.
Assim, pecavam contra o amor com o próprio conhecimento da verdade.
Vemos, portanto, que a par do caráter absoluto dos mandamentos de Deus, a sua observância demanda que tenhamos sabedoria e inteligência espiritual para conhecê-los e praticá-los segundo a sua boa, perfeita e agradável vontade.
Daí ser a revelação feita em graça e não de modo legalista, pelo mero cumprimento da exigência da letra da lei, conforme sucede em tribunais humanos, quando nem sempre a justiça e bom senso são seguidos, misturando-se ao juízo a fé, o amor e a misericórdia, conforme sucede com o modo de Deus julgar, e que é sempre perfeito, por não levar em conta apenas considerações legais e frias baseadas numa estrita aplicação da lei, que não considera diversos outros fatores não menos importantes.
A vida eterna depende do correto conhecimento espiritual de Deus Pai e de nosso Senhor Jesus Cristo.
A salvação é simplesmente por graça e mediante a fé, mas isto não é possível sem um verdadeiro conhecimento da verdade revelada, que nos conduza ao Cristo verdadeiro revelado nas Escrituras.
Assim, a nossa primeira e grande fonte de conhecimento é o próprio Espírito Santo, que é o nosso Grande instrutor, e a matéria a ser aprendida é a Palavra de Deus – a espada do Espírito, o instrumento do Espírito.
Não basta portanto conhecer apenas a letra da Palavra, mas o significado espiritual da mesma em aplicação em nossas vidas, que devem ser transformadas com base neste conhecimento verdadeiro.
Isto pode ser visto com clareza em inúmeras passagens das Escrituras.
Além disso, cabe destacar que o conhecimento bíblico se refere sobretudo ao conhecimento que Deus possui daqueles que lhe pertencem, por estarem unidos pela fé a Jesus Cristo. E estes que são conhecidos de Deus, por conseguinte, também o conhecem, porque todo conhecimento pessoal verdadeiro é de via dupla.
Deste modo, a revelação enfatiza e prioriza este conhecimento pessoal. Aquele que está desprovido deste tipo de conhecimento, por mais que saiba o conteúdo das próprias Escrituras, ainda não conhece conforme convém conhecer.
Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacadas as palavras
1 – Gnosis (conhecimento, ciência);
2 – Sophia (sabedoria)
3 – Ginosko (conhecer, saber, compreender, perceber, resolver) do texto original grego do Novo Testamento relativas ao assunto, acessando o seguinte link:
http://www.recantodasletras.com.br/mensagensreligiosas/5387742
Pr Silvio Dutra