O que condena é a sua rejeição.
“Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus…” (Rom 3.21a)
“E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora, a lei não procede de fé,…” (Gal 3.11,12a)
Quando João Batista disse que a Lei veio por Moisés, mas que a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”, o que ele estava dizendo, em outras palavras, era que no período da dispensação da Lei, que vigorou de Moisés ao próprio João Batista, não houve nenhum evangelho em ação, apesar de ter sido anunciado pelos profetas do Antigo Testamento.
No período do Velho Testamento, correspondente à aliança da lei, imperava a condenação e a morte pelos juízos de Deus, inclusive contra o próprio povo da aliança, a saber, Israel.
Daí Paulo ter chamado aquela antiga aliança de ministério da morte e da condenação.
Porque não havia evangelho naquele período.
Mas quando Jesus se manifestou e quando morreu no lugar dos pecadores na cruz, entrou em vigor uma nova aliança, agora não apenas com Israel, mas com pessoas de todas as nações da terra.
A graça e a verdade começaram a ser abundantemente reveladas e manifestadas nas vidas dos que crêem no evangelho, a saber, que já não há morte e condenação para os que crêem em Jesus Cristo.
Assim, no evangelho propriamente dito, não há qualquer condenação, morte ou juízo, senão libertação, vida, salvação, que são o fruto da verdade e da graça que operam e habitam naqueles que nele crêem. Graça, justiça e verdade que nos foram trazidas com a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo.
O ministério da Lei condenava, porque fora instituído por Deus para este propósito.
Todavia, o do evangelho liberta e salva, porque manifesta a honra, a glória, a majestade, o poder, a graça e todos os méritos que pertencem à pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo.
Daí dizer o apóstolo que já não há nenhuma condenação para quem está em Cristo Jesus.
Não confundamos portanto, toda a Bíblia, como se fosse o evangelho.
Porque em suas páginas há também registros de revelações e situações exclusivamente relativos à antiga dispensação da Lei.
O evangelho é encontrado, principalmente, nas páginas do Novo Testamento, porque foram produzidas e inspiradas por Deus, no período que marcou o encerramento da aliança do Velho Testamento, inaugurado com o advento de Jesus Cristo.
Daí, Lei x Graça, ser uma boa indicação destes dois períodos distintos, das duas grandes alianças instituídas por Deus, sendo que a antiga foi removida, por ter sido substituída pela nova que é feita no sangue de Cristo.
Não devemos no entanto confundir juízo com condenação.
Deus julga os seus próprios filhos, mas não como um juiz togado, senão como um pai amoroso que não os poupará da repreensão e disciplina sempre que for necessário.
Ele açoita a todo filho a quem quer bem. Todavia, a nenhum deles condenará a uma sentença de morte e danação eternas.
Nosso Senhor Jesus Cristo dirige as seguintes palavras à Igreja de Laodiceia:
“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.” (Apo 3.19)