E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente.
I Coríntios 12:31b
É difícil, quando pensamos em pessoas que vivenciam a homossexualidade, não ter nossa atenção voltada para os pecados sexuais. Contudo, na maioria das vezes, não são as coisas visíveis que nos fazem tropeçar, mas as invisíveis; as pequenas pedrinhas que podem passar despercebidas.
Salomão, em outras palavras, fala sobre isso no livro dos Cânticos: “Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que devastam os vinhedos, porque as nossas vinhas estão em flor” (Ct 2:15).
O que podem ser essas pedrinhas, essas raposinhas que nos impedem de permanecer no amor? Vemos muitas pessoas que começam muito bem seu processo de restauração, no entanto, embaraçam-se por problemas que não são pecados sexuais, mas estão ligados à falta de amor ou ao amor que ainda não foi aperfeiçoado.
O amor pode cancelar obstáculos e nos levar mais rapidamente à nossa restauração.
Livrando-se da soberba
A soberba ou orgulho foi o sentimento que, juntamente com a rebeldia, trouxe a condenação a Satanás (I Tm 3:6). A Palavra nos diz que a soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda (Pv 16: 18). De fato, a soberba já derrubou reis (Dn 5:20).
A pessoa orgulhosa pensa de si mesma ou age em relação a si mesma além do que convém sempre se colocando como mais importante que os outros. Ela possui muita dificuldade em andar em amor.
No entanto, é paradoxal que o orgulho possa encobrir, na verdade, um grande complexo de inferioridade e baixa autoestima. Tenta-se construir um muro de proteção com o orgulho. Idealizamos uma pessoa maravilhosa, bem resolvida, que se veste muitíssimo bem, que está sempre alegre – vem daí a expressão gay – e que aparenta uma situação financeira muito acima da realidade, justamente para encobrir a pessoa que verdadeiramente crê que se é.
A pessoa orgulhosa não se permite conhecer de verdade, não admite seus erros, suas carências, suas limitações. Sua visão se torna tão distorcida que também não consegue reconhecer suas qualidades reais e seu valor. Toda esta confusão de identidade pode também gerar sentimentos de inveja e cobiça.
Jesus não se deixou tocar pela soberba, por isso Ele é o nosso grande exemplo de humildade. Ele possuía comunhão com Deus, sabendo muito bem quem era, e isso era muito mais importante que ter ou parecer. Só pode abrir mão de sua glória quem sabe que a possui.
Satanás, por exemplo, ludibriou Eva dizendo que se ela comesse do fruto se tornaria como Deus (Gn 3:5), mas a questão é que o homem e a mulher já eram à imagem e semelhança de Deus, um pouco só menores que Deus, coroados de glória e honra, detentores de domínio sobre todas as coisas (Sl 8:4-6). Quando duvidaram de Deus, perderam sua referência e passaram a desconhecer seu potencial.
Quando nos voltamos para Deus através da cruz de Cristo, recebemos o amor de Deus, redescobrimos quem somos, entendemos o nosso verdadeiro valor e podemos nos libertar de querer ser além do que somos. Deus resiste aos soberbos, mas os humildes podem receber a sua Graça (I Pe 5:5).
Paulo era um fariseu e possuiu muito status na sociedade em sua época, contudo ele só entendeu quem realmente era ao encontrar o amor de Deus e sabia que sem amor nada seria.
Quem anda na realidade desse amor não se ufana, não se ensoberbece (I Co 13:2, 4).
Paulo sabia que seu valor estava no fato de ser amado por Deus e, por viver constantemente neste amor, ele declarou:
“Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.
Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura.
E, a todos quantos andarem em conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Gl 6: 14-16).
Fonte: Ministério Aba Pai
Texto extraído do livro Como Deus planejou você . Edição do Autor. Rio de Janeiro-RJ. 2010.
Lori Rentzel * Especialista em sexualidade autora e editora, ver bibliografia